São Paulo – O Museu de Arte e Cultura Islâmica de Curitiba foi inaugurado há um ano e meio na capital paranaense, mas aguarda doações para completar o seu acervo e abrir as portas durante seis dias na semana. O local foi criado pela Mesquita de Curitiba Imam Ali Ibn Abi Tálib, em um espaço anexo ao templo. Atualmente ele mantém apenas peças do Irã e fica aberto aos domingos. Por enquanto, na semana as visitas são agendadas.
“Gostaríamos de ter peças de todos os países árabes”, afirma o diretor religioso da mesquita, Gamal Oumairi. Ele pediu doações aos embaixadores de países árabes durante encontro com eles em Curitiba, na Associação Comercial do Paraná, em outubro, e deve seguir em conversa com eles. O museu, no entanto, está aberto a receber objetos de outras entidades ou empresários também, desde que se enquadrem no perfil de arte árabe e islâmica.
“É o primeiro museu de arte e cultura islâmica permanente do Brasil”, afirmou Oumairi à reportagem da ANBA. O diretor admite, porém, que com poucas peças, o local está atualmente muito vazio, com perfil mais de uma sala de exposições. Ele mantém cerca de 25 objetos. São peças em metal, marchetaria, madeira e ferro, além de fotografias e tapetes persas com versículos do Alcorão, o livro sagrado do Islã.
O objetivo do museu é divulgar a religião e a cultura islâmica. Uma das metas é ajudar a tirar o estigma deixado por radicais de que o Islã é uma religião extremista ou de bárbaros. “Os muçulmanos têm cultura, têm arte”, diz. Ele acredita que a arte é uma forma de mostrar quem são os muçulmanos. Segundo o diretor, assim como os islâmicos, também os árabes são estigmatizados e o objetivo é ajudar a reverter isso.
No trabalho de divulgação da religião islâmica, o museu deve funcionar como um complemento à mesquita, que já recebe um grande número de turistas. De acordo com Oumairi, a Mesquita de Curitiba Imam Ali Ibn Abi Tálib recebe ao redor de 30 mil visitantes ao ano, além de estudantes de escolas e universidades. O museu também recebe visitas de grupos durante a semana, com agendamento, e fica aberto nos domingos das 10h30 às 13h30. O objetivo é, a partir da ampliação do acervo, manter o novo espaço aberto de terça-feira a domingo.
Atualmente os grupos escolares ou mesmo de outros perfis, como turistas da terceira idade, que visitam a mesquita assistem palestras sobre os princípios e práticas do Islã. Nestes encontros são abordados temas como o monoteísmo, a peregrinação a Meca, as regras da Xaria e outros. Oumairi conta que surgem muitos questionamentos sobre o grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico (EI). Nessas oportunidades é esclarecido quem é o EI, quais são as suas origens e a diferença com o islamismo, que condena o extremismo e é uma religião de paz.
Para preparar a estrutura do Museu de Arte e Cultura Islâmica de Curitiba, houve ajuda financeira de um empresário iraniano que vive no Paraná, conta Oumairi. O local foi inaugurado em junho do ano passado com a presença de Imam Hassan Ahmad Al-Khomeini, neto do aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da revolução iraniana e fundador da república islâmica. Ele estava em visita ao estado na ocasião.
Serviço
Para visitas ou doações:
Museu de Arte e Cultura Islâmica de Curitiba
Rua Kerelles, 383 – Bairro Alto São Francisco – Curitiba – PR
Telefone: +55 (41) 3222-4515
E-mail: Gamal_oumairi@hotmail.com


