São Paulo – Um grupo de artesãos de Fortaleza, no Ceará, exporta anualmente cerca de 30 mil garrafinhas decorativas, com areia colorida, para a Jordânia. De acordo com Maria Maviniê Mota, coordenadora da associação Grão de Cor, que congrega os artesãos e faz as vendas, da Jordânia os produtos são enviados para várias partes do mundo, como outros países árabes e a China. As exportações ocorrem há cerca de dez anos e o comprador é um empresário de Ácaba, que distribui as peças e também faz artesanato localmente.
As garrafinhas que vão para a Jordânia são daquelas vendidas como lembrança nas praias do Nordeste brasileiro. Elas levam areia em diferentes cores em seu interior, que formam diferentes desenhos. As que são exportadas para o país árabe, explica Maviniê, são as tradicionais, com paisagens contendo elementos como casinhas, jangadas, mar e céu. O grupo, no entanto, também produz outras peças de artesanato e decoração, como mesas, pisos, quadrinhos, vasos, imãs de geladeira e chaveiros. Tudo leva areia colorida no interior.
Os artesãos trabalham em grupo desde 1990, mas oficializaram a associação há cerca de quatro anos. As exportações começaram já no início das atividades, pela Inglaterra. Hoje os grandes compradores, no exterior, são países europeus, como Itália, Inglaterra, Alemanha, Portugal e Espanha. A exportação responde por 20% a 30% de tudo o que a Grão de Cor produz. A produção de objetos grandes é esporádica, diz a coordenadora, mas entre peças pequenas, eles confeccionam, juntos, 700 unidades ao dia.
Segundo Maviniê, um total de 43 artesãos fornece as peças para a exportação da Grão de Cor. A associação integra o Instituto Cearense do Artesanato (ICA), que tem um programa de exportações em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Do programa fazem parte mais de mil artesãos de nove estados brasileiros. Neste ano, foram faturados com exportações ao redor de US$ 500 mil. A meta, para o ano que vem, segundo o presidente do ICA, Benedito Monteiro (Sumé), é US$ 1 milhão.
A parceria começou a ser feita, inicialmente, em 2007, com o Sindicato dos Artesãos Autônomos do Estado do Ceará (Siara). Neste ano, ela foi renovada, desta vez com o ICA e passou a abranger também artesãos de outros estados. O instituto já buscava mercado no exterior para os artesãos cearenses desde 2003, mas a partir do convênio com a Apex, o grupo passou a participar de oito feiras no exterior ao ano, principalmente na Europa. As exportações, conta Monteiro, quintuplicaram desde então.
Integram o programa de exportação do artesanato os estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, além do Distrito Federal. O artesanato confeccionado vai desde as redes, móveis em cipó, cerâmica, garrafas de areia colorida e sandálias de couro, até renda de filé, renda de bilro e bordados. As vendas vão para mais de dez países, entre eles os árabes.
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