São Paulo – O Festival Internacional de Baalbek foi aberto na última sexta-feira (25) no Templo de Baco, no Líbano, com a consagrada ópera Carmem, que teve mãos brasileiras na sua realização. A ópera foi dirigida pelo libanês-brasileiro Jorge Takla, contou com profissionais brasileiros na produção e no corpo de baile e fez parte do festival que tem entre os patrocinadores a Embaixada do Brasil em Beirute e o Instituto Guimarães Rosa, esse último órgão governamental brasileiro voltado à diplomacia cultural e educacional.
“A Embaixada do Brasil saúda a exitosa realização do Festival Internacional de Baalbek – evento de profundo simbolismo que destaca a força cultural do Líbano como nação marcada pelo pluralismo e pela diversidade”, declarou o Instituto Guimarães Rosa de Beirute nas redes sociais. O festival é um dos grandes eventos culturais do Líbano que acontece na cidadela histórica de Baalbek, em complexo arqueológico que é Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

De acordo com informações publicadas na agência de notícias oficial do Líbano, National News Agency (NNA), a ópera, com a qual o Comitê Internacional do Festival de Baalbek inaugurou sua temporada cultural e artística de verão no Templo de Baco, foi uma homenagem ao compositor francês Georges Bizet, 150 anos após sua estreia em 3 de março de 1875, em Paris. Trata-se de uma das óperas mais famosas de todos os tempos. Ela conta a história da jovem cigana Carmen, entre o cabo Don José e o toureiro Escamillo, em um enredo de drama, amor, comédia e tragédia.
“Carmen é aquela mulher que canta a liberdade. Sua voz ressoa de Baalbek para todos aqueles que sofrem em silêncio, que resistem ao medo, à fome e à injustiça em toda esta região, levando uma mensagem humanitária unificada”, disse a presidente do Comitê do Festival Internacional de Baalbek, Nayla de Freij, em discurso de abertura. Ela destacou a direção de Takla e o trabalho do maestro Toufic Maatouk, do artista visual Nabil Nahas, do estilista Rabih Kayrouz, dos vocalistas e corais do Líbano e da França, dos dançarinos do Líbano e do Brasil e da orquestra da Romênia, todos parte da ópera.
Participaram várias autoridades libanesas, como a primeira-dama do país, Neamat Aoun, representando o presidente Joseph Aoun; e o primeiro-ministro Nawaf Salam e a esposa Sahar Salam. Segundo anunciou Nayla, o presidente do Líbano concedeu a Ordem do Mérito Libanesa, Terceira Classe (Prata), ao diretor Jorge Takla, em reconhecimento ao trabalho excepcional que ele realizou em um curto espaço de tempo para trazer esta ópera a Baalbek, apesar de todos os desafios.
Também houve apresentação da ópera Carmen no sábado (26). Nos dias 08 e 09 de agosto, a programação do Festival Internacional de Baalbek segue, com concerto de Hiba Tawaji, libanesa que recentemente participou da reabertura histórica da Catedral de Notre-Dame em Paris. O espetáculo terá direção musical do compositor, músico e produtor Oussama Rahbani, com orquestra completa e coral.
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