Débora Rubin
São Paulo – Cerca de 20 mil pessoas são esperadas na 14ª edição da Feira Brasileira de Moda Íntima (Fevest), que acontece entre os dias 8 e 11 de agosto em Nova Friburgo, cidade da região serrana do Rio de Janeiro. É a primeira vez que a feira se abre para expositores de fora da cidade.
Quando criada, o objetivo da feira era justamente divulgar a produção do pólo, que hoje corresponde a 25% das peças comercializadas no país. Uma vez cumprida a missão, os organizadores da feira viram que era hora de ganhar o país e até o mundo. Este ano a feira será 35% maior que a do ano passado e pretende movimentar R$ 40 milhões. No ano passado foram R$ 25 milhões.
"Queremos nos tornar uma referência internacional. Queremos nos igualar a Feira de Lyon, a principal do setor", diz Amin Mazloum, presidente do Sindvest, sindicato que agrega as 1,5 mil empresas do setor na região e responsável pela Fevest em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e com o Sebrae. Este ano, a feira conta ainda com a parceria institucional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).
Os 200 expositores da feira variam desde as gigantes do setor até as pequenas, que não têm mais de 10 funcionários. Além dos estandes, a feira vai contar com uma série de eventos paralelos. Um deles é o salão de tendências, organizado pelo Senai, cujo objetivo é mostrar o que está na moda quando o assunto é lingerie.
Os visitantes também poderão ficar por dentro das novidades nos desfiles que serão realizados. Ao todo, serão 12 desfiles, três por dia. Por fim, haverá uma exposição contando a história das roupas íntimas desde 1600 até a atualidade.
Todos os segmentos da indústria de lingerie estarão representados na Fevest: peças para o dia, para a noite (camisolas e lingeries para dormir), moda praia (biquínis e maiôs), fitness, lingerie erótica e ainda as empresas de tecnologia, têxteis e prestadores de serviços.
Segundo Mazloum, são esperados dois mil compradores. A grande maioria é de brasileiros, mas, de acordo com ele, virá gente dos Estados Unidos, da Holanda, Argentina e de países árabes. Mazloum, filho de libaneses, também é dono da confecção Yasmin, que exporta para Dubai.
Segundo o empresário, os compradores árabes têm preferência pelas lingeries sensuais, por peças coloridas como vermelho e amarelo e ainda pelas que levam brilho, sobretudo cristais Swarovski.
Histórico da região
O pólo de lingeries de Nova Friburgo é jovem, não tem mais de 20 anos. E só se desenvolveu graças a uma demissão em massa na Triumph – multinacional que se instalou na cidade em 1968. Segundo Mazloum, ela empregava mais de três mil pessoas e, em meio a uma forte crise, precisou demitir mais da metade. "Como muitas costureiras já tinham experiência na área, elas se juntaram, compraram máquinas e, aos poucos, foram montando suas empresas", conta o presidente da Sindvest.
No entanto, só há oito anos a produção começou a se profissionalizar. Os empresários começaram a se preocupar com a questão do design e viram que a lingerie tinha deixado de ser um acessório para se tornar parte da moda. E há apenas quatro anos eles começaram a exportar. Hoje, o pólo emprega 22 mil pessoas e é responsável por metade do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade.

