Da Agência Brasil
Rio – A nova política para o gás boliviano, aprovada em plebiscito naquele país, não irá alterar em nada a atuação da Petrobras na Bolívia. A avaliação foi feita hoje (21), no Rio de Janeiro, pelo diretor da área Internacional da estatal, Nestor Cerveró. "Nossa posição é muito tranqüila", garantiu.
Cerveró afirmou que a prova disso é a recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Bolívia, quando foi anunciado o projeto do Pólo Gás-Químico na fronteira com o Brasil. "A estratégia de investimento não muda nada. Um investimento desse porte (U$1,3 bilhão) do Pólo Gás-Químico demanda participação da Petrobrás, mas também de outras empresas brasileiras e bolivianas. Isso não se faz se não houver confiança", afirmou. As obras do pólo gás-químico Brasil/Bolívia devem começar no final deste ano ou no início de 2005.
A estatal brasileira deve manter a mesma atuação na Bolívia, apesar da decisão do governo boliviano. Essa posição foi confirmada pelo diretor da área de Gás e Energia da Petrobrás, Ildo Sauer. Para ele, o plebiscito foi um fato positivo que, só ajuda a normalizar a situação interna na Bolívia. "Ele permite ter mais tranqüilidade para o cumprimento de acordos já existentes e para novos acordos em desenvolvimento", avaliou.
Sobre a negociação do preço do gás natural, que o Brasil compra na Bolívia, Sauer revelou que a empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) já procurou a Petrobras depois do plebiscito, disposta a negociar. No último mês, expirou o quinto ano do acordo firmado em 1999 entre os dois países, que tem validade por 20 anos e prevê revisões periódicas a cada cinco anos. Isso significa que nos próximos meses deve-se fazer o que os dois países chamam de "revisão de equilíbrio econômico" do contrato.
Sauer deixou claro que o referendo não se aplica ao acordo existente, nem muda o acordo Brasil-Bolívia no que diz respeito à compra de gás. O acordo prevê que o Brasil compre 30 milhões de metros cúbicos diários de gás boliviano. Ocorre que o país consome apenas 19 milhões de metros cúbicos por dia, o que leva a Petrobras a querer reduzir o preço do produto para diminuir o prejuízo.

