São Paulo – Nove cidades árabes figuram entre as 100 mais visitadas em 2018, segundo pesquisa feita com base nos desembarques internacionais em mais de 600 cidades do mundo. O ranking integra um relatório divulgado na semana passada pela Euromonitor International, empresa internacional de pesquisas de mercado. Do Brasil, apenas o Rio de Janeiro figura no ranking, em 94º lugar. A Ásia é a região líder, com 41 das 100 cidades da pesquisa.
As nove cidades árabes são Dubai (foto acima), nos Emirados Árabes Unidos – a única que entra no top 10, em 7º lugar; Meca, em 21º lugar, e Riad, na 40ª posição, ambas na Arábia Saudita; Cairo, no Egito, na 50ª colocação; Dammam (Arábia Saudita), na 61ª posição; Jerusalém, na Palestina, na 63ª colocação; Marrakech, no Marrocos, na 78ª posição; Abu Dhabi, nos Emirados, na 95ª posição; e em 98º lugar, Doha, no Catar.
As 15 primeiras cidades no ranking geral são Hong Kong (China), Bangcoc (Tailândia), Londres (Reino Unido), Cingapura, Macau (China), Paris (França), Dubai (Emirados), Nova York (Estados Unidos), Kuala Lumpur (Malásia), Shenzhen (China), Phuket (Tailândia), Istambul (Turquia), Deli (Índia), Tóquio (Japão) e Roma (Itália).
Entre os dez principais destinos do Oriente Médio e África, oito são cidades árabes. São elas: Dubai, Meca, Riad, Cairo, Dammam, Marrakech e Abu Dhabi. Dubai vem em primeiro lugar, com previsão de mais de 16,5 milhões de chegadas em 2018, um crescimento de 5,5% em relação a 2017. Em segundo lugar, Meca, a cidade sagrada da Arábia Saudita, com 9,5 milhões de visitas e um crescimento de 9,9%. Em 10º lugar, Abu Dhabi, outro emirado, aparece com quase 2,5 milhões de chegadas, um crescimento de 7,1% no mesmo comparativo. As duas cidades não árabes no ranking são Joanesburgo (África do Sul), em 3º lugar, e Tel Aviv (Israel), em 9º lugar.
A cidade árabe com maior crescimento registrado foi Jerusalém, que tem previsão de fechar o ano com mais de 4,8 milhões de visitas e um crescimento de 37,5%; o Egito é a segunda cidade árabe com maior crescimento no período, com 4,8 milhões de visitas e previsão de 11,5% a mais do que em 2017.
Segundo a Euromonitor, o ranking de cidades de destino das duas regiões é fortemente centrado no Oriente Médio e Norte da África, com a ausência de cidades subsaarianas. No entanto, com a iniciativa do Mercado Único de Transporte Aéreo Africano (SAATM), lançada em janeiro de 2018 e assinada por 23 países membros da União Africana, a conectividade aérea no continente deve ser melhorada nos próximos anos.
Com economias fortemente baseadas na indústria do petróleo, países como os Emirados e a Arábia Saudita estão cada vez mais buscando diversificar suas atividades econômicas e se abrindo para turistas internacionais.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estão ativamente diversificando sua oferta turística, com foco em famílias e grupos que buscam turismo de experiências, além de viajantes solitários que buscam saúde, bem-estar ou aventura. Enquanto Dubai e Abu Dhabi são de longe os maiores destinos nos Emirados, a dispersão para outros emirados é cada vez mais promovida.
O documento apresenta quatro cidades “para ficar de olho”, Mumbai (Índia), Porto (Portugal), Osaka (Japão) e Jerusalém (Palestina). Segundo a pesquisa, Jerusalém vem demonstrando relativa estabilidade e uma forte estratégia de marketing, com 32% de crescimento nas chegadas em 2017, e expectativa de crescimento de cerca de 38% para 2018. Depois de uma queda entre 2013 e 2015, as chegadas agora estão novamente acima dos números de 2012.
Américas
As primeiras colocações do ranking nas Américas são tomadas pela América do Norte e Central. Em 89ª posição, Buenos Aires (Argentina), e em 94ª posição, o Rio de Janeiro (Brasil), são as duas únicas cidades da América do Sul a figurar no Top 100. A cidade brasileira tem previsão de crescimento de 2,4%, com 2,3 milhões de chegadas em 2018, enquanto a cidade portenha prevê crescimento de 0,5%, e quase 2,4 milhões de visitantes.
No ranking Top 10 das Américas, estão em ordem decrescente Nova York (EUA), Miami (EUA), Los Angeles (EUA), Las Vegas (EUA), Cancun (México), Orlando (EUA), Toronto (Canadá), Punta Cana (Rep. Dominicana), Vancouver (Canadá) e São Francisco (EUA).
Desempenho de destinos
Estima-se que as chegadas globais cresçam 5%, para 1,4 bilhão de viagens em 2018. Já as chegadas para as 100 principais cidades deste ano devem crescer 7,5%. Esta é a continuação de uma tendência em que as principais cidades superam o crescimento das chegadas globais, com os centros urbanos ampliando sua importância para a indústria global de viagens. No ranking deste ano, a Ásia continua crescendo. A região é responsável por 41 das 100 principais cidades. Este número registrou aumento constante – eram 37 cidades em 2012.
A região que mais encolheu foi Oriente Médio e África, com Jerba e Sousse, na Tunísia, e Sharm El Sheikh, no Egito, que saíram do ranking nos últimos anos, principalmente devido a ataques terroristas e subsequentes quedas na demanda. Cairo, no entanto, vem crescendo no ranking.
Dubai
De acordo com informações da Euromonitor, o projeto Visão 2020 de Dubai para o turismo espera alcançar 20 milhões de visitantes até o ano de 2020. O Conselho de Turismo do emirado vem promovendo Dubai como um destino completo para turismo de lazer e negócios, e diversas medidas foram tomadas para aumentar o número de turistas de novos mercados de origem. Entre as medidas adotadas estão a política de visto na chegada, isenção de cobranças para turistas em trânsito até 48 horas e opção de visto estendido para estadia prolongada por até 96 horas.
Meca
De acordo com o relatório, o principal destino saudita está tentando facilitar a entrada de turistas religiosos através de aplicativos de celular. Os aplicativos oficiais do Ministério do Hajj e Umrah oferecem serviços para os peregrinos, como o aplicativo de tradução Manasikana. Hajj é o nome da grande peregrinação feita por milhões de muçulmanos todos os anos até a cidade de Meca, em uma data determinada pelo calendário islâmico. Umrah é a pequena peregrinação, que pode ser realizada em qualquer período do ano.
A pulseira eletrônica ou e-pulseira do Hajj foi lançada em 2016, após um grande tumulto com vítimas durante a peregrinação em 2015. É de extrema importância administrar o grande número de peregrinos do Hajj, e a e-pulseira com GPS ajuda nessa gestão, já que o aplicativo pode ler o código de barras para identificar os peregrinos. Este ano, a organização instalou diversos “casulos para dormir”, soluções de baixo custo em áreas de grande movimento como aeroportos e estações de trem.