São Paulo – A Liga dos Estados Árabes pretende lançar um novo acordo entre os países árabes para melhorar o clima de investimentos, facilitar a movimentação de capitais e de empresários na região, oferecer mais oportunidades de trabalho e controlar os índices de desemprego.
O secretário-geral adjunto da Liga, Hossam Zaki (foto acima), pediu ao Brasil que estude as oportunidades de investimentos disponíveis nos países árabes para se beneficiar dos incentivos oferecidos a estrangeiros, transformar o mero intercâmbio comercial em investimentos reais e fortalecer os laços entre os países.
Zaki falou na abertura do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes e elogiou o papel desempenhado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira na aproximação entre os países árabes e o Brasil, transmitindo as felicitações do secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit, à instituição por ocasião do seu 70º aniversário.
Zaki sublinhou que a crise que a economia global atravessa impõe a todos os países diferentes formas de lidar com o cenário, uma vez que o desemprego, a inflação e a dívida pública atingiram níveis sem precedentes, além da questão das alterações climáticas. Ele disse que todas essas crises demandam concertação, esforços, aliança e cooperação entre os países.
O secretário-geral adjunto ressaltou que os países árabes têm tomado muitas medidas para estimular os investimentos e atrair investidores estrangeiros e que eles pedem às empresas e ao governo brasileiro que estudem esses mercados e suas oportunidades para alcançar a integração econômica.
Zaki ressaltou que a política e a economia são duas faces da mesma moeda, e que o volume do intercâmbio comercial entre o Brasil e os países árabes, que foi de US$ 24,3 bilhões no ano passado, indica a proximidade entre os dois lados, especialmente porque esses números atingem anualmente boas taxas de crescimento.
Por uma rota direta
Em sua participação na abertura do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, o vice-presidente da União das Câmaras Árabes e presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Bahrein, Samir Nass, pediu a agilização no estabelecimento de uma linha de navegação direta entre os países árabes e o Brasil a fim de facilitar a circulação do comércio e dos investimentos entre os dois lados.
Segundo ele, uma rota direta terá papel fundamental para superar obstáculos que impedem o desenvolvimento das relações econômicas, especialmente diante do aumento significativo dos custos de transporte e do seu impacto nos preços do produto final. A linha será importante, segundo ele, para desenvolver as relações comerciais não só com o Brasil, mas com a América Latina em geral.
Nass disse que se tratava de uma grande honra participar do evento por se tratar da comemoração dos 70 anos da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e ressaltou que a instituição exerceu um grande papel nos últimos anos para fazer avançar a relação econômica e comercial entre o Brasil e os países árabes, além de aproximar as capacidades de investimento produtivo entre ambos.
Na qualidade de presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Bahrein, Nass disse que as relações econômicas do seu país com o Brasil evoluíram significativamente nos últimos anos e que o Brasil tomou a primeira posição como fornecedor do Bahrein no ano passado, no lugar da China.
Apoio para a aproximação
O secretário-geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura Islâmicas, Youssef Hassan Khalawi, anunciou o compromisso da sua instituição de apoiar os esforços da Câmara de Comércio Árabe Brasileira para aproximar os povos árabe e brasileiro. Ele elogiou a escolha do tema do fórum, Legado e Inovação, porque indica a profundidade e o progresso das relações Brasil-países árabes desde o início.
O secretário-geral das Câmaras Islâmicas destacou a necessidade de aproveitar a experiência única do Brasil de investir em recursos naturais, que o tornou um verdadeiro modelo de inovação, apontando as oportunidades disponíveis para construir pontes de inovação entre o Brasil e o mundo árabe, para alcançar uma comunicação construtiva entre ambas as partes.
Economia da Palestina
O ministro da Economia Nacional da Palestina, Khalid Al-Esseily, contou na abertura do fórum, da qual participou de forma online, que foram tomadas no seu país muitas medidas para melhorar o ambiente de negócios, além de fornecer incentivos para atrair investimentos estrangeiros e incentivar o comércio eletrônico.
Ele contou dos esforços pelo acordo de livre comércio com o Mercosul e relatou que a Palestina tem muitos produtos a oferecer, como plásticos, roupas e têxteis, além de artesanatos que trazem o conceito de produtos patrimoniais e fazem referência à história e à luta palestina.
Esseily disse que a Palestina aprovou recentemente lei que incentiva o investimento estrangeiro e que está sendo elaborada legislação para regular o comércio eletrônico, além da ampliação das regras que regem o investimento em energia e transformação digital, e o estabelecimento de armazéns para garantir as necessidades alimentares do país.
O Fórum Econômico Brasil & Países Árabes é realizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira em parceria com a União das Câmaras Árabe e apoio da Liga dos Estados Árabes, e patrocínio da Travel Plus, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Fambras Halal, Embraer, Parque Tecnológico Itaipu, Pantanal Trading, Embratur, Khalifa Industrial Zone Abu Dhabi (Kizad), Cdial Halal, Modern Living, BRF, Egyzone/Am Development, Antika Openet/BV, First Abu Dhabi Bank, Egyptian Financial & Industrial (EFIC), Suez Company for Fertilizers (SCFP), Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança (Capebe), Prima Foods e Afrinvest.
*Traduzido do árabe por Ahmed El Nagari