São Paulo – Um ano intenso em atividades, ações, missões, feiras, superação de desafios e gestão de crises. Assim foi 2017 para a Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “Todas as nossas ações visaram construir o futuro. Somos os olhos dos árabes em relação ao Brasil e vice-versa, e temos uma responsabilidade social perante todos os países envolvidos”, disse o presidente da entidade, Rubens Hannun.
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Ele afirmou que o ano passado foi estratégico para concretizar ações e parcerias para 2018. “Queremos garantir que o Brasil priorize os países árabes nos setores de commodities, carnes e outros produtos, para garantir que não falte negócios entre os países, gerando um benefício mútuo e integrado”, explicou.
Assim que Hannun tomou posse na presidência, em fevereiro, buscou ampliar relações com a Liga Árabe, em reunião com o secretário-geral da entidade, Ahmed Aboul-Gheit.
Em março, após a divulgação da Operação Carne Fraca, a Câmara criou um Comitê de Crise multidisciplinar, reunindo diretores executivos e estatutários. “Neste momento de crise, nós não podíamos tomar atitudes intempestivas; prezamos pela confiabilidade da relação do Brasil com os árabes e priorizamos passar informações transparentes e corretas, para manter essa confiança”, contou Hannun.
Após analisar e compreender o cenário, a Câmara visitou as associações brasileiras do setor de carnes, o ministro da agricultura, Blairo Maggi, e se reuniu com os embaixadores árabes em Brasília para discutir a situação com todos.
Ainda dentro deste plano de reposicionamento da carne brasileira, foi feito um churrasco brasileiro no Egito, para promover o produto nacional. Em maio, houve uma missão com Maggi para a Arábia Saudita, Kuwait, Catar e Emirados Árabes. Hannun afirmou que “esses esforços evitaram que as exportações caíssem, e até o final do ano, houve crescimento no setor”.
Nova sede
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Outro destaque do ano foi a inauguração da nova sede, em abril. São dois pavimentos do edifício Santa Catarina, na Avenida Paulista, em São Paulo. “A nova sede foi um resultado de 65 anos de existência da Câmara e na inauguração recebemos todos os embaixadores árabes, representantes do Itamaraty e até o ministro das Relações Exteriores da Tunísia”, informou Hannun.
Em agosto, a Câmara apresentou um projeto para a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE) para incluir os países árabes nas ações comerciais, culturais, esportivas e sociais do País.
Em setembro, Hannun se reuniu com o presidente da União das Câmaras Árabes, Nael Al Kabariti, e a partir desse encontro com Kabariti, na Jordânia, nasceu a ideia de realizar um Fórum Econômico Brasil-Países Árabes, que vai ocorrer em abril de 2018, na capital paulista. Também em setembro a Câmara passou a fazer parte da Câmara de Comércio Internacional, o que permitirá a participação nos Comitês internacionais a partir de 2018.
Em outubro, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, deu uma palestra na Câmara e fechou um acordo com a entidade para promover encontros com os fundos soberanos árabes. O projeto, que segue em negociação, é tratar do financiamento da produção e da logística das commodities nacionais consumidos pelo mercado árabe.
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Para manter e ampliar as relações com os países árabes, em novembro, a Câmara integrou uma missão ao Golfo organizada pelo Programa de Parceria de Investimentos da Presidência da República (PPI), que contou também com o BNDES. A delegação se reuniu com representantes de fundos da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait e Bahrein.
Em dezembro, a Câmara participou pela primeira vez de uma reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), na Argentina. A visita do ministro da Indústria e Comércio do Egito e o lançamento do Conselho empresarial Brasil-Egito também ocorreram no mesmo mês.
Ano passado, foram visitados pela entidade 14 dos 22 países árabes, além de quatro não árabes – França, Argentina, Inglaterra e Alemanha -, contabilizando mais de 160 dias em missões.
A Câmara participou também de oito das maiores feiras mundiais de diversos setores, como Gulfood, Big 5 e Anuga. “As feiras estreitam as relações entre o Brasil e os países árabes e são fundamentais para o crescimento contínuo das exportações”, finalizou Hannun.