São Paulo – A Miriam Pires Papéis, pequena fabricante de papel ecológico artesanal, já nasceu exportadora. Isso foi em 1997, quando a proprietária, a artista plástica Miriam Pires, resolveu formalizar a produção artesanal de papéis feitos com fibras naturais de bananeira, mamona, abacaxi, cana, milho e papiro, que funcionava nos fundos de sua casa.
"Recebemos um pedido de papel muito grande de um importador da França e foi o empurrão que faltava para a abertura da empresa", conta Maria Helena Pires, irmã de Miriam e responsável pela administração da fábrica. "Logo depois conseguimos contatos com importadores dos Estados Unidos e da Espanha", diz.
Segundo Maria Helena, os três países nunca mais pararam de comprar e a empresa também cresceu no mercado interno, conquistando clientes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. "Temos como clientes papelarias especializadas em produtos sofisticados, gráficas e encadernadoras, a maioria em São Paulo", afirma a empresária. O papel normalmente é utilizado para fabricação de convites de casamento, cadernos, agendas e até mesmo artigos de decoração como luminárias, porta-retratos e caixas para embalagens.
Hoje as exportações são responsáveis por 20% do faturamento da empresa e, segundo Maria Helena, há muitas oportunidades no exterior. "Nosso produto é muito valorizado lá fora", destaca. "Há uns seis anos recebemos pedido de cotação de importadores árabes, que nos visitaram numa feira em São Paulo, porém a negociação não teve continuidade", diz.
A empresa oferece os papéis de bananeira com algodão em mais de 30 cores diferentes e dez texturas, enquanto as demais fibras são utilizadas em cor natural, sem corantes. A empresa chegou a vender quase 10 mil folhas por mês, mas, em geral, a produção mensal é de aproximadamente cinco mil folhas, comercializadas em diversos tamanhos e cores, alguns deles, exclusivos para atender o pedido do cliente.
Por ser um papel artesanal e ecológico, a única etapa do processo de produção que envolve trabalho mecânico é a de separação das fibras para secagem. O restante do trabalho é feito por seis funcionários. A qualidade dos papéis é garantida com a utilização de corantes importados, que desbotam menos que os extraídos de plantas da vegetação local.
De acordo com Maria Helena, a demanda por produtos acabados despertou o interesse em montar uma oficina de criação para transformar o papel em embalagens, cartões e álbuns de fotografia. "A produção do papel na fábrica e depois a transformação dele em produto acabado na oficina com certeza abriria novas oportunidades de negócios e possibilidade de parcerias", afirma.
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