Dubai – Conhecido por seu potencial no mercado de luxo de diferentes setores, os Emirados Árabes Unidos ainda devem ver crescer a demanda por moda sustentável. Foi a falta de tecidos com essa origem sustentável que motivou a criação da Ethical Elements. Na foto acima, da esquerda para a direita, as sócias Sana Rahimtula, Ayesha Siddequa, e Sonam Smith.
Antes de 2021, quando fundaram a marca, o trio já tinha currículos extensos na área da moda. Siddequa trabalhou como designer de interiores, consultora ambiental e gerente de CSR, além de ser membro do Conselho Executivo Internacional da Semana Global de Moda Sustentável, evento organizado na Hungria. Já Rahimtula é empresária e trabalha com eventos e, inclusive, apresentou três temporadas da Semana de Moda do Azerbaijão. E Smith trabalhou por anos na indústria de marketing do Reino Unido, antes de retornar a Dubai. Ela é também fundadora da marca de acessórios Kiniya, com peças de design criadas no Quênia, que reverte uma porcentagem dos lucros para comunidades do país africano.
Um dos motivos que uniu as empresárias foi a busca por tornar a sustentabilidade um ponto de partida para toda a moda e não apenas um nicho dentro dela.
Apesar dos investimentos em sustentabilidade elevarem custos em relação a marcas comuns, para as empreendedoras este é um valor inegociável. “A Ethical Elements foi construída para ajudar a moda sustentável a ser um preceito. Em Dubai, o mercado de produtos sustentáveis está em alta. Os desafios são ajudar a mudar a percepção das pessoas sobre tecidos e produtos sustentáveis, [Explicar] o motivo de ser mais caro do que fast fashion e como está afetando nosso planeta psicossocial e ambientalmente”, afirmou Siddequa à ANBA.
Hoje, os fornecedores da companhia são empresas da Índia que produzem itens orgânicos, com processos amigáveis ao meio ambiente. “O histórico de nossos fornecedores é verificado antes de nos inscrevermos com eles. E são empresas éticas”, destacou ela.
Além do mercado nacional, a marca exporta atualmente com foco nos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC). As sócias explicam, no entanto que estão abertas a diversificar mais seus fornecedores e parceiros. “Adoraríamos trabalhar com empresas que são éticas. Se você tem fornecedores de tecidos orgânicos/eco e acessórios/moda no Brasil, por favor, compartilhe com eles nosso contato”, disse Siddequa.
As expectativas das fundadoras da Ethical Elements sobre o futuro da moda levam direto para a mudança de consciência social e ambiental. “O planeta entrou em uma crise climática baseada na atividade humana. Um dos principais contribuintes para essa crise é a produção de roupas. Felizmente, nos últimos anos, os consumidores tornaram-se cada vez mais ambiental e socialmente conscientes. Assim, o futuro da moda parece sustentável”, considera Siddequa.
Entre os planos das sócias, está a criação de uma sede própria que possa ser utilizada para além da marca. “Nossa visão é criar um espaço comunitário para designers acessarem material sustentável e serem capazes de produzir e vender os produtos para ajudar a tornar a moda e o design sustentável a norma [no setor]”, concluiu a empresária.