São Paulo – Luciano Devià adotou o Brasil como sua segunda casa há trinta anos. Nasceu e se formou em arquitetura em Turim, na Itália, mas mudou para o país a convite de industriais interessados em seu trabalho de designer, e aqui fez seu nome e solidificou sua carreira. Agora, planeja exportar para o mundo, e também para Dubai, luxuosos objetos de decoração como candelabros e espelhos, feitos totalmente em vidro a partir de uma tecnologia revolucionária que esculpe o objeto com jato de água de alta pressão.
Foram anos de desenhos e experimentos até chegar ao resultado que Devià pretendia.“Demorei dois anos para criar as peças de design com riqueza de detalhes e formas e utilizando a tecnologia que a maioria dos arquitetos brasileiros ainda nem conhece”, diz. A tecnologia que deu asas à imaginação do designer trata-se de um robô que dispara um jato de água, misturada com um produto abrasivo, que corta com precisão de menos de um milímetro. “Essa tecnologia permite fazer detalhes que manualmente seriam impossíveis”, explica.
O interesse do arquiteto no emirado de Dubai não surgiu por acaso. “Espelhos e cristais, do ponto de vista da arte e da história sempre foram sinônimo de luxo e riqueza. E o mercado árabe demanda por esse requinte. A série de espelhos, por exemplo, tem vários formatos (oval, vertical, irregular como uma ameba) e foi feita para pendurar na sala ou na entrada de casas e restaurantes", explica.
De acordo com Devià, ele decidiu aproveitar a técnica utilizada nos candelabros e espelhos para criar duas mesas de jantar, “uma oval bem grande para 10 pessoas e outra redonda. As duas sempre com tampo e base em vidro da Guardian e uma mesinha de centro que acompanha”, afirma.
No segundo semestre, a coleção será exposta em São Paulo na Firma Casa, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, que está para a decoração assim como a badalada rua Oscar Freire está para a moda. As maiores e melhores grifes para a casa estão nesse endereço.
Casa-estúdio
Arquitetando novas possibilidades para seu futuro profissional, Devià quer divulgar sua casa-estúdio, que projetou no Brooklin, na capital paulista. Inspirado na arquitetura orgânica, ele fez o projeto em forma de “L” – aberto na direção da nascente do sol, nos limites do terreno de 20 x 19 m, para preservar a jabuticabeira de 60 anos que havia no local. “Fechei as duas laterais internas com panos de vidro para entrar luz natural e tudo ser visto de todos os cantos”, diz.
De acordo com Devià, a maior parte do escritório, que tem piso de concreto lixado, fica na área rebaixada do terreno. Uma escada com estrutura de viga de aço e degraus de MDF em forma de asa, interliga os dois pavimentos. O acesso principal a esse espaço se dá pelo corredor externo, com muro de canjiquinha de pedras mineiras. A parede de fundo é fechada com elementos vazados em azul.
“Na sala de estar coloquei um sistema de mesinhas e aparadores, com quatro pernas, tudo desmontável para facilitar o transporte, feitas com madeira da Amazônia no Acre e com detalhes exclusivos". Os móveis têm detalhes feitos com sementes de jarina branca.
As peças, segundo o designer, já fizeram parte de uma exposição em 2001 e estão sendo comercializadas no estado do Acre. “São peças muito interessantes e bem brasileiras, que também devem chamar muita atenção no exterior”, afirma.
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