São Paulo – A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) vai apresentar neste domingo (07), no Cairo, o estudo Estratégia para o Desenvolvimento do Ambiente de Negócios no Egito, que contém sugestões de reformas para o país avançar na seara econômica.
"O Egito deu passos largos no sentido de melhorar seu ambiente de negócios nos últimos cinco anos, mas reformas mais amplas ainda são necessárias para atrair um maior volume de investimentos externos e para que o país atinja seu pleno potencial econômico", diz nota divulgada pela entidade multilateral.
Entre as sugestões estão a modernização urgente de marcos regulatórios para os negócios, a busca por financiamento para a infraestrutura industrial, a efetiva aplicação das leis anticorrupção e a melhora dos sistemas de educação e de capacitação profissional.
De acordo com a nota da OCDE, o documento aborda 12 áreas, que vão dos investimentos, passando por comércio exterior, tributação, combate à corrupção, infraestrutura, até o desenvolvimento de recursos humanos.
Ele mostra também setores onde já houve progresso, como a política para atração de investimentos, reforma do imposto de renda, redução de tarifas de importação, melhora dos serviços alfandegários e uma ampla reforma bancária.
No que diz respeito aos investimentos, o levantamento apresenta ainda áreas onde as reformas já realizadas ficaram incompletas, como a transparência e a previsibilidade das decisões administrativas, a melhora dos processos de licenciamento, o aumento do crédito para pequenas e médias empresas e a ampliação do acesso à terra.
Segundo a organização, o relatório faz parte do Programa de Investimentos Mena-OCDE, que avalia as economias de 18 países do Oriente Médio e Norte da África. Outro documento do gênero, sobre o Marrocos, deverá ser lançado até o final do ano.
O Egito é o país mais populoso do mundo árabe e tem a segunda maior economia, atrás apenas da Arábia Saudita. É também o segundo maior importador do Brasil na região, com compras de quase US$ 1,4 bilhão de janeiro a setembro deste ano, de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Além disso, o Egito foi o segundo país fora da América Latina a assinar um acordo de livre comércio com o Mercosul, em agosto deste ano. Em face disso, o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, acredita que o comércio do Brasil com o Egito pode dobrar em três anos.

