São Paulo – A Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos, Ingredientes e Acessórios para Alimentos (Abiepan) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) realizaram nesta terça-feira (25) uma preparação para empresas que participarão da feira de ingredientes para a indústria alimentícia Gulfood Manufacturing, de 08 a 10 de novembro, em Dubai.
O Projeto Brasil FoodService, levado adiante pela ApexBrasil e a Abiepan para promoção internacional do setor, promoverão a participação na feira das empresas brasileiras Ariete, Bralyx, IMG Brasil, Fortfrio, Glasart, G. Paniz, Prática e Skymsen. No evento online preparatório, falaram o analista de Negócios da ApexBrasil em Dubai, Antonio Braga, o economista da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Sotirios Ghinis, e o consultor especialista em halal, Omar Chahine.
Antonio Braga falou sobre o cenário e oportunidades do setor nos países árabes, deu um panorama sobre a população e o PIB dos 22 países do Oriente Médio e Norte da África e mostrou as relações comerciais entre o bloco e o Brasil. A partir de uma reportagem da ANBA, ele informou que em 2021, a corrente comercial entre o País e o bloco árabe totalizou US$ 24,25 bilhões, o mais alto patamar desde 2014. Destes, o Brasil exportou aos árabes US$ 14,42 bilhões, um crescimento de 26% na receita. O bloco foi o terceiro maior destino das exportações brasileiras.
Ele destacou ainda a demanda da região por maquinários para a indústria alimentícia, como máquinas para o preparo de sorvetes; artefatos de uso doméstico, como esponjas e luvas; autoclaves para a preparação de bebidas quentes ou cozimento; máquinas para panificação, entre outras. Braga lembrou que apesar de os Emirados Árabes serem um país pequeno, são hoje o maior hub de distribuição e reexportação para outros países da região.
Sotirios Ghinis trouxe um panorama sobre o mercado árabe e deu dicas de negociação com os árabes. Segundo ele, a negociação deve ocorrer entre empresários do mesmo nível hierárquico para se obter uma imagem positiva. “Pode acontecer de profissionais estrangeiros abrirem as negociações, mas na maioria dos casos, a decisão é do árabe”, disse.
O economista trouxe ainda sugestão de tópicos de conversação com árabes, como a diáspora árabe no Brasil e o futebol, e comentou sobre o calendário islâmico e datas de atenção para mudanças no consumo, como o período do Ramadã.
Omar Chahine falou sobre o mercado halal e a certificação halal. Ele lembrou que o mercado consumidor muçulmano hoje representa 24% da população mundial. “O halal é um padrão ético e moral de ações lícitas no âmbito social, na conduta, na justiça, nas vestimentas, finanças e alimentação, baseado em um sistema de princípios e valores que beneficiam a humanidade”, disse Chahine.
O halal, segundo ele, não está limitado ao abate animal. Além da carne suína e de bebidas alcoólicas, o muçulmano não pode consumir alimentos que contenham sangue animal, aves de rapina, cachorros, insetos, entre outros. A população muçulmana hoje é de 1,9 bilhão de pessoas, e 57 países têm maioria muçulmana. Estima-se que haja 2,76 bilhões de muçulmanos no mundo em 2050.
Para obter a certificação halal, o produto deve ter rastreabilidade, rotulagem e armazenamento próprios, atender às legislações vigentes, boas práticas de fabricação, entre outros requisitos.
O estande brasileiro na feira Gulfood Manufacturing estará localizado no S22 B44 Sheikh Saeed Halls.