Da redação
São Paulo – Está pronto para começar a ser construído em Omã, país do Golfo Arábico, um resort turístico e residencial avaliado em US$ 805 milhões. O anúncio foi feito na semana passada pelo governo local, que garantiu que incentivará a participação de investidores privados: da própria região e também estrangeiros.
"O projeto faz parte do plano estratégico do governo de desenvolver o setor de turismo. É uma oportunidade única para investidores com experiência em desenvolver esse tipo de obra em larga escala", declarou o sub-secretário de turismo de Omã, Mohsin bin Khamis Al Balushi, de acordo com o jornal árabe Gulf News.
Para facilitar a participação de estrangeiros, espera-se que o governo edite um decreto ainda neste mês dando direito a esses investidores de comprarem propriedades no resort, acrescentou Al Balushi.
O complexo, que se chamará The Wave, foi desenhado para ocupar mais de 7 quilômetros da costa de Omã e 195 hectares. "Será um resort premium", disse o sub-secretário.
A primeira fase do projeto, que deve consumir US$ 82 milhões, prevê a construção de toda a parte de infra-estrutura, de uma marina, um yacht club e um campo de golfe. Na fase seguinte, serão erguidos os hotéis, apartamentos residenciais, restaurantes, shopping centers e áreas de lazer.
Executivos do setor hoteleiro estão otimistas. "Sempre tivemos interesse em ampliar nossos investimentos em Omã", declarou o vice-presidente para o Golfo da rede Hilton, Rudi Jagersbacher.
Para o vice-presidente de finanças e desenvolvimento do Le Meridien no Oriente Médio e Ásia, Ashok Ummat, "Omã fez a coisa certa ao desenvolver o The Waver e incentivar o turismo". "Esse projeto chamou nossa atenção", acrescentou.
Acima da média mundial
Com uma população de 2,6 milhões de habitantes, Omã recebe cerca de 500 mil visitantes estrangeiros por ano. É uma das menores taxas do Oriente médio, mas a Organização Mundial do Turismo (OMT) espera que o país se torne um dos centros turísticos da região.
A estimativa do organismo é de que haja um crescimento médio de 11% ao ano até 2020, quando o país receberia 3,9 milhões de viajantes – mesmo número de estrangeiros que desembarcou no Brasil há dois anos. Para o mundo, a expectativa é de expansão de 4% até 2002.
Omã não é o único país árabe que pode crescer acima da média mundial no setor de turismo. A previsão da OMT é de que, em todo o Oriente Médio, haja um aumento anual de 7% no total de desembarques de turistas estrangeiros nos próximos 16 anos.
Isso porque empresários e governo da região vêm investindo em empreendimentos como o The Wave, em infra-estrutura e também em formas de facilitar as viagens internacionais.
Em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, a oferta de quartos de hotéis subiu 344% em apenas quatro anos: de 900 para 4 mil. Também estão em construção na cidade complexos turísticos bilionários, como o Dubailand, maior projeto de turismo, lazer e entretenimento do Oriente Médio, e o The Palm, arquipélago artificial que terá hotéis, casas, praias particulares, marinas e shopping centers.
Além disso, os países do Golfo vêm estudando a criação de um visto unificado para turistas estrangeiros, que permitirá que o visitante entre em um país e viaje livremente por todos os estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, na sigla em inglês). O CCG é uma união aduaneira que reúne a Arábia Saudita, o Bahrein, o Catar, os Emirados Árabes Unidos,o Kuwait e Omã.

