Mascate – O fato de ser um grande produtor de alimentos e de ter grandes indústrias coloca o Brasil numa posição privilegiada para se transformar num importante fornecedor de Omã, país localizado na Península Arábica. “Temos muito interesse no Brasil e nas suas grandes companhias produtoras e exportadoras, especialmente de alimentos”, disse o ministro da Indústria e Comércio de Omã, Maqbool Bin Ali Bin Sultan, neste sábado (18), durante encontro com o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, em Mascate, capital do pais árabe.
Carne bovina, frango, açúcar e café estão entre os itens que despertam o interesse do governo de Omã. “Estamos muito felizes com a visita e com a oportunidade de intensificarmos nossas parceiras comerciais. Espero que nossas relações fiquem ainda mais fortes”, disse Maqbool, que pretende visitar o Brasil para conhecer de perto alguns projetos bem sucedidos na indústria e na agricultura.
“Temos total interesse em estabelecer parcerias, joint-ventures com empresas de Omã”, destacou Miguel Jorge. “O presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] preza muito a relação entre o Brasil e Omã, e eu estou aqui para oficializar essa aproximação e o interesse em sermos grandes parceiros comerciais”, acrescentou.
Jorge foi recebido também pelo ministro da Agricultura, Salim Bin Hilal Al Khalili. As oportunidades do setor de alimentos, de investimentos e tecnologia foram os principais destaques do encontro.
As oportunidades de negócios entre Brasil e Omã foram tema também de encontro entre o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, e o vice presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Omã, Jamil Bin Ali Sultan Al Lawati.
Segundo Alaby, o mercado de Omã é muito interessante para as carnes brasileiras, tanto frango quanto bovina. “Eu quero ver a marca Brasil nas carnes vendidas nos supermercados de Omã”, destacou Lawati. Segundo ele, a demanda por alimentos está aumentando muito no país. A rede Carrefour vai abrir sete lojas e o grupo indiano Lulu mais quatro até 2012.
De acordo com Alaby, eles conversaram também sobre participação em feiras locais para divulgar setores como os de alimentos, material de construção, tecnologia em software, equipamentos médicos, hoje importados da Itália, Turquia, Alemanha e Espanha. Omã oferece ainda muitas oportunidades na área de infraestrutura, afirmou Lawati.
A Câmara de Omã deve promover uma missão ao Brasil. "Essa aproximação faz toda a diferença para estimular os negócios entre os dois países. Acredito que essa missão ocorra no começo do próximo ano”, destacou o secretário.
Riqueza que vem do petróleo
Os principais indicadores econômicos do belo e rico Omã, com população de 3,4 milhões de pessoas e PIB de US$ 53,7 bilhões, permanecem ligados ao petróleo, de modo que a economia continua vulnerável à volatilidade nos preços do produto e à queda na produção nacional.
As reservas são limitadas e estima-se que as jazidas serão exauridas em menos de 20 anos. A principal empresa do país, que detém os direitos de exploração até 2034, é a Petroleum Development Oman, de capital majoritariamente estatal.
Por isso, além da diversificação econômica, o desafio do sultanato envolve a criação de postos de trabalho para atender uma população que cresce rapidamente. Entre as políticas sociais do país está o investimento em educação, treinamento profissional e técnico para qualificar a mão de obra local.
O país estima que em 2020 a economia não será tão dependente do petróleo, tendo se diversificado para setores como o turismo, pela diversidade da paisagem natural, pelos sítios arqueológicos e pelos monumentos históricos.
*A jornalista viajou a convite do MDIC