Sharm El Sheikh – Omã pretende assinar vários memorandos de entendimento na área de energia limpa durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP27, que ocorre em Sharm El Sheikh, no Egito. A informação é de Abdullah bin Nasser Al-Rahbi, embaixador do Sultanato de Omã no Cairo (foto acima). Segundo ele, Omã pretende se tornar em dez anos um centro regional para a produção de hidrogênio verde, a depender da presença dos principais elementos necessários para a sua produção, como energia solar, energia eólica, extensas áreas e recursos humanos.
O diplomata disse para a ANBA na COP27 que seu país pretende alcançará a neutralidade de carbono até 2050. A estratégia nacional para chegar a essa meta foi lançada com programas claros e específicos, de acordo com ele. Fizeram parte disso indicadores reais de setores influentes como indústria, petróleo e gás, eletricidade e transporte, além da Política Nacional de Energia e Meio Ambiente. Portanto, há esforços reais que devem ser traduzidos em projetos efetivos, segundo o embaixador.
Al-Rahbi enfatizou que Omã tem grande interesse em se manter atualizado quanto às questões ambientais, sobretudo depois de as mudanças climáticas terem provocado a evacuação de muitos cidadãos das áreas em que vivem. Ele afirmou que há urgência em tomar medidas concretas para reduzir as emissões de carbono, destacando que as mudanças climáticas se tornaram uma realidade concreta para muitos países, entre os quais se inclui Omã, que não está imune a essas mudanças.
Al-Rahbi assinalou que o sultanato é um dos poucos países árabes que teve a iniciativa de criar um Ministério do Meio Ambiente na década de 1970 do século passado. Esse ministério posteriormente se transformou em um órgão independente, imerso e participando ativamente de todas as questões relacionadas ao meio ambiente, tanto em nível regional quanto internacional. Ele destacou que, nas duas últimas décadas, o mundo testemunhou o impacto significativo das mudanças climáticas.
O embaixador relatou que Omã sofreu, nos últimos anos, três oscilações climáticas, a partir de 2007, cujas graves consequências afetaram profundamente a infraestrutura em muitas áreas do país. O mesmo se repetiu três anos depois, em 2010, e no ano de 2020, quando problemas climáticos causaram inundações e destruição em massa da infraestrutura, custando a Omã grandes perdas humanas e materiais, especialmente nas áreas próximas ao Mar Arábico, no sul do país.
Omã na COP27
O embaixador disse que essas rápidas mudanças foram um fator motivador para uma forte presença de Omã na COP27. A delegação do país, chefiada pelo ministro de Minas e Energia, incluiu mais de 120 pessoas, entre especialistas em meio ambiente provenientes de várias pastas, tais como Aviação Civil, Meio Ambiente, Relações Exteriores e várias organizações da sociedade civil.
Omã tem um grande pavilhão dentro da Conferência do Clima, por meio do qual apresenta seus esforços e iniciativas na área de meio ambiente, como, por exemplo, a formação de uma equipe federal para acompanhar todos os acordos ambientais. O país também lançou uma campanha nacional para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. O projeto já está sendo implementado.
O embaixador explicou que seu país também assinou recentemente vários memorandos de entendimento para investimentos nas na área de energia limpa e hidrogênio verde, com países como Arábia Saudita e Egito. Também são oferecidos incentivos para estrangeiros investirem nessa área.
Al-Rahbi disse ainda que seu país é um parceiro estratégico do Brasil. Segundo ele, os dois países esperam aumentar o volume da cooperação bilateral, principalmente com investimentos relacionados ao meio ambiente. Ele frisou que o Brasil tem um grande interesse nessa área. A mineradora brasileira Vale tem operações em Omã e esse é um dos projetos industriais de grande importância no país.
*Tradução do árabe de Georgette Merkhan