Silwan Abbassi*
Brasília – O Sultanato de Omã, nação da Península Arábica, quer diminuir sua dependência no setor petrolífero e atrair investimentos estrangeiros para outros segmentos da economia. A informação foi dada pelo ministro da Indústria e Comércio do país, Maqbool Bin Ali Sultan, e divulgada nesta segunda-feira (11) pelo Asharq Alawsat, principal jornal internacional em idioma árabe, sediado em Londres e impresso simultaneamente em diversos países.
De acordo com o ministro, o governo local tem como meta reduzir a participação do petróleo no Produto Interno Bruto (PIB) para 9% e do gás natural para 10%, além de ampliar a fatia da indústria dos atuais 7% para 15%. Hoje o setor petrolífero é a principal fonte de renda de Omã, respondendo por 40% do PIB e por 80% das exportações. O país quer também ampliar os negócios nas áreas de turismo e comércio.
Ali Sultan, que falou durante uma conferência sobre o futuro dos negócios em Omã, disse que o país tem pela frente dois principais desafios: a diversificação da economia e o desenvolvimento dos recursos humanos.
Para o ministro, a diversificação econômica se tornará possível agregando-se mais valor aos recursos naturais de Omã. Assim, o gás natural pode ser explorado como matéria-prima nas indústrias petroquímicas, ou pode servir como fonte de energia no próprio país, como na produção de alumínio. Ao mesmo tempo, segundo o jornal árabe, o governo vai trabalhar para atrair mais investidores internacionais e regionais.
Além disso, Ali Sultan enfatizou o comprometimento do país com uma política de mercado aberto, baseada na livre competição, cujo objetivo é incentivar o setor privado a assumir o papel principal na economia. Ele garantiu a continuação dos trabalhos para melhorar o ambiente de investimentos em Omã, com a simplificação de procedimentos de negócios e promoção da transparência nos sistemas de governança corporativa.
Ali Sultan afirmou que Omã abriu as portas para investimentos estrangeiros em vários setores, como empreendimento industriais e na área de educação que têm 100% de capital externo.
Na área de infra-estrutura, ele citou como exemplo o investimento de US$ 12 bilhões no Porto de Sohar, construído recentemente dentro do projeto de diversificação econômica. As instalações são administradas por uma joint-venture entre o governo de Omã e a autoridade portuária de Roterdã, na Holanda. O local é destinado não só às operações portuárias, mas também industriais, como produção de fertilizantes e metanol.
De acordo com o Asharq Alawsat, também estão sendo feitos investimentos no setor de turismo, com uma série de projetos que têm capital proveniente de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Catar e Egito.
Perfil
Omã é um dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), bloco econômico que inclui também a Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos e Kuwait. As principais indústrias são a petrolífera e de gás natural, metalúrgica, têxtil e alimentícia.
De acordo com informações da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, o PIB do país chegou a US$ 31 bilhões em 2005, sendo que ele tem uma população de 2,8 milhões de pessoas, o que resultou em um PIB per capita superior a US$ 11 mil.
De janeiro a agosto deste ano, as exportações brasileiras para Omã renderam US$ 33,96 milhões, o que representou um aumento de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as importações brasileiras do país árabe somaram US$ 480,5 mil, contra US$ 217,8 mil nos primeiros oito meses de 2005.
Os principais produtos que o Brasil exportou para Omã foram carnes – de frango principalmente -, caminhões, tratores de lagartas, trigo e açúcar. Por outro lado, as importações brasileiras do país árabe foram de chapas de policarbonato, resíduos de plástico e camisas de malha masculina.
*Tradução de Silvia Lindsey com informações da redação da ANBA