São Paulo – O governo de Omã quer profissionalizar o futebol do país. Para isso, escolheu clubes paulistanos e a federação Paulista de Futebol (FPF) para ajudá-los a atrair mais atletas, patrocinadores e a realizar mais torneios. Nenhum contrato foi assinado ainda, mas o encarregado do governo de Omã que está no Brasil, Omar Alawi, afirmou que as chances de concretizar parcerias são grandes. “Temos um acordo verbal, mas não sei quanto tempo vai demorar. Acho que em breve assinaremos”, disse Alawi, que esteve na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em São Paulo, na sexta-feira (01).
Durante a semana passada, Alawi se reuniu com o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, e visitou os centros de treinamento do São Paulo, em Cotia, e do Corinthians, em São Paulo. No último sábado, ele tinha ainda encontro agendado com o gerente de futebol corintiano, Edu Gaspar. A ideia da parceira com os clubes, diz Alawi, é levar profissionais brasileiros para ajudar os times de Omã a treinar os jogadores, preparar treinos e a estrutura dos clubes. Este foi um dos aspectos que mais impressionou o visitante. “Não imaginava que o Brasil fosse assim. A importância que vocês dão ao futebol, nós não vemos em lugar nenhum. Os clubes são como pais para seus jogadores. É impressionante”, afirmou.
Já na reunião com o presidente da FPF, Alawi tratou de parceiras para organizar os torneios de futebol no país árabe e para treinar os árbitros de futebol. “Falamos sobre parcerias para a FPF fazer palestras no setor de arbitragem e de ajuda para organizar nossos campeonatos.” De acordo com o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da FPF, Marcos Marinho, a conversa tratou também da profissionalização de juízes de Omã. Se o projeto se concretizar, será a primeira experiência da FPF em preparar árbitros em outro país.
O orçamento da federação de futebol de Omã é de US$ 50 milhões por ano e as parcerias seriam pagas com este dinheiro. A proposta do governo de Omã, diz, não é comprar jogadores brasileiros. “O salário que vocês pagam estão fora da nossa realidade. Nem é o que queremos. Desejamos profissionalizar o esporte.” Ele não revela, no entanto, se essa profissionalização tem como objetivo organizar uma Copa do Mundo, como fez o Catar, que será sede da Copa de 2022.
O que eles desejam, no entanto, é melhorar a qualidade da organização e dos jogos em Omã. O Brasil hoje é o quinto colocado no ranking de seleções da Fifa. Omã ocupa a 107ª colocação. A experiência dos brasileiros no esporte e a admiração que os árabes têm pelos atletas do País foram alguns dos motivos que trouxeram Alawi para o Brasil em vez de levá-lo para a Espanha, Inglaterra, Alemanha ou Itália.
“Vocês são pentacampeões mundiais. Quando se fala de futebol no nosso país, a primeira coisa que nos vêm à cabeça é a camisa amarelinha da sua seleção. Fiquei surpreso de ver a diferença entre nós e vocês no futebol. Vi o jogo do São Paulo [em que o time paulista perdeu de 2×0 do Botafogo, do Rio de Janeiro, no último dia 29] e mesmo com o time perdendo, a torcida estava incentivando. As minhas expectativas com este esporte no Brasil foram prontamente superadas”, afirmou.
Quando retornar ao país árabe, Alawi irá apresentar as propostas de parceria ao ministro das Relações Exteriores de Omã, Yousef Alawi Abdulah Al Ibrahim. Se o orçamento for aprovado, o governo elabora os contratos e envia aos brasileiros. “Faço questão de retornar ao Brasil para assinar os contratos. Para mim será como o nascimento de um filho.”