São Paulo – A economia de Omã está se fortalecendo após a adoção de medidas substanciais para mitigar os efeitos da pandemia de covid-19 e diante dos altos preços do petróleo, commodity da qual a nação árabe do Golfo é produtora. O panorama positivo sobre a situação de Omã foi divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), após visita de equipe liderada pelo economista sênior Daniel Kanda a Mascate entre os dias 05 e 12 de junho.
Em relatório da missão, Kanda afirmou que as autoridades de Omã fizeram esforços substanciais pela vacinação e promoveram ações políticas para mitigar as consequências da pandemia e fomentar a recuperação econômica. Ao final de maio, quase todas as pessoas com mais de 12 anos tinham sido parcialmente vacinadas e 90% estavam totalmente vacinadas, e puderam ser removidas restrições.
Segundo Kanda, medidas fiscais, monetárias e financeiras deram alívio às famílias, empresas e bancos. “A economia está se fortalecendo e a inflação foi contida até o momento”, informou o economista do fundo. O Produto Interno Bruto (PIB) real de Omã cresceu 3% no ano passado, impulsionado por hidrocarbonetos, e deve avançar 4,5% neste ano, em função do aumento da produção na área e da recuperação de outros setores. A inflação ficou em 1,5% em 2021 e tem projeção de 3,7% em 2022 pela melhora na atividade econômica e as pressões inflacionárias globais.
O relatório informa que os preços maiores do petróleo e a consolidação fiscal melhorou as contas do país árabe, inclusive as externas. Com isso, a dívida de Omã deverá cair substancialmente neste ano, de 63% do PIB em 2021 para 45% do PIB em 2021. O saldo em conta corrente (entradas e saídas do país pelo comércio de bens e serviços) deve melhorar neste ano. As reservas internacionais de Omã já subiram.
O FMI alerta, porém, que incertezas e riscos globais seguem obscurecendo as perspectivas do país árabe. O cenário decorre principalmente da guerra da Ucrânia e seu impacto na economia do mundo, com o aparecimento de vários surtos de covid-19, condições financeiras mais severas que o esperado, pressão inflacionária decorrente dos valores da energia e dos alimentos e interrupção nas cadeias de abastecimento. Com isso, sobe em Omã a pressão para gastar os lucros dos hidrocarbonetos.