São Paulo – A Assembleia Geral das Nações Unidas votou, por maioria, nesta sexta-feira (10), a favor da adesão da Palestina como estado-membro da organização, uma decisão não vinculante, embora simbólica.
A resolução, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos, foi aprovada por 143 países. O Brasil foi um deles. Um grupo de 25 nações se absteve e nove votaram contra, entre eles Estados Unidos, Israel, Argentina, República Tcheca e Hungria.
“Estive nesta tribuna centenas de vezes, frequentemente em circunstâncias trágicas, mas nenhuma comparável à qual o meu povo vive atualmente”, disse o embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour. “Nunca houve uma votação mais importante do que a de hoje, histórica”, acrescentou ele, com a voz embargada pela emoção.
Em plena guerra entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza, a Palestina, que tem na ONU status de “estado não membro observador”, relançou, no início de abril, seu pedido de se tornar membro pleno da organização.
Para isso, é necessária a recomendação positiva do Conselho de Segurança da ONU, mas os Estados Unidos a vetaram em 18 de abril.
Agora, os palestinos decidiram recorrer à Assembleia Geral, onde precisavam da votação favorável de dois terços dos 193 Estados para aprovar uma resolução apresentada pelos Emirados Árabes Unidos.
Esta resolução considera que “o Estado da Palestina se qualifica para a adesão às Nações Unidas” e insta o Conselho de Segurança a “reexaminar a questão favoravelmente”.
Direitos para Palestina
“Poderíamos acabar em uma espécie de ciclo diplomático fatal, com a Assembleia pedindo repetidamente ao Conselho que aceite a adesão da Palestina e os EUA vetando-a”, explicou Richard Gowan, analista do International Crisis Group.
Leia também:
Lula planta oliveira na Embaixada da Palestina
No entanto, o texto concede imediatamente uma série de “direitos e privilégios adicionais” aos palestinos a partir da 79ª Sessão da Assembleia, em setembro.
Embora exclua o direito de votar e de ser eleito como membro do Conselho de Segurança, o texto permitirá que a Palestina apresente diretamente propostas e emendas sem passar por um terceiro país.
É proibida a reprodução deste conteúdo.