São Paulo – A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta terça-feira (17), em Nova York, o relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2017. Segundo a instituição, a economia global cresceu 2,2% em 2016, a menor taxa desde 2009. Para este ano, a previsão é de um avanço de 2,7%. Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deverá crescer 2,9%. De acordo com a ONU, houve pequena redução em relação a estimativas divulgadas em maio do ano passado.
A organização avalia que a recuperação é modesta, com baixos investimentos, comércio internacional fraco e reduzidos ganhos de produtividade. As expectativas de avanço em 2017 e 2018 sinalizam mais estabilidade do que recuperação sustentável da economia mundial.
Segundo a ONU, as nações em desenvolvimento seguem liderando o crescimento global, com participação de cerca de 60%, em especial países do Leste e do Sul da Ásia, mas as economias desenvolvidas deverão mostrar ligeira melhora este ano.
O relatório culpa o período prolongado de baixos investimentos como principal fator do fraco crescimento mundial. Para a ONU, investimentos em áreas como pesquisa e desenvolvimento, educação e infraestrutura, podem ajudar a destravar o desempenho da economia internacional.
No que diz respeito à sustentabilidade ambiental, a instituição destaca que o nível global de emissões de carbono ficou estável por dois anos, o que é positivo. Isso indica maior uso de fontes renováveis de energia, mas também o baixo crescimento econômico em países importantes. O levantamento afirma que os investimentos em energias renováveis em 2015 foram maiores em nações em desenvolvimento do que nas desenvolvidas.
América Latina
No caso da América Latina, a ONU espera uma retomada do crescimento em 2017, após dois anos de recessão. O avanço previsto é de 1,3% este ano e de 2,1% no próximo. Em 2016 houve recuo de 1%. Aumento da demanda externa, valorização de commodities e afrouxamento da política monetária na América do Sul frente a taxas mais baixas de inflação são apontados como eventuais fatores desta possível recuperação.
Na América do Sul, a ONU prevê crescimento de 0,9% em 2017 e de 2% em 2018, contra retração de 2,3% em 2016, com base na perspectiva de que as duas maiores economias da região – Argentina e Brasil – devem sair da recessão.
A previsão para o Brasil, no entanto, é de recuperação restrita, pois o País segue registrando alta no desemprego, promove políticas de ajuste fiscal e tem alta taxa de endividamento, o que inibe a demanda interna.
Entre os riscos para o desempenho da economia latino-americana, a ONU cita um crescimento mais baixo do que o previsto na China, a possível adoção de práticas protecionistas pelo novo governo dos Estados Unidos e mais turbulências no mercado financeiro que podem ser causadas por um rápido aumento dos juros nos EUA.
Para a ONU, um período prolongado de baixo crescimento na região pode comprometer conquistas sociais obtidas na última década e prejudicar a busca pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a agenda de metas a serem atingida até 2030 elaborada pela própria ONU.


