São Paulo – As reservas petrolíferas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), cartel petrolífero que inclui Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela, superam um trilhão de barris de petróleo, segundo o ministro do petróleo e recursos minerais da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi. Segundo o ministro, este volume de reservas garante à organização a capacidade de suprir a crescente demanda petrolífera global, segundo matéria publicada pelo jornal saudita Arab News.
O ministro acrescentou que desde sua fundação, os países membros da Opep já produziram mais de 400 bilhões de barris de petróleo. "Quando criamos o cartel, os membros tinham cerca de 300 bilhões de barris de petróleo, mas nos últimos 50 anos já produzimos 400 bilhões de barris de petróleo," declarou Al-Naimi durante simpósio marcando os 50 anos da fundação da organização.
Segundo o ministro, seu país produz atualmente 8,1 milhão de barris de petróleo por dia, de um total de 12,5 milhões de barris produzidos pelo cartel a cada dia. Al-Naimi declarou que a Arábia Saudita foi fundamental na criação da organização. "Em 1951, Abdullah Al-Turaiki, então diretor do Departamento de Petróleo e Minerais do Ministério das Finanças do país, visitou a Venezuela, Iraque e Irã para discutir uma possível cooperação, o que levou à criação da Opep," declarou ele.
De acordo com o principal assessor de Al-Naimi, Ibrahim Al-Muhanna, a história da Opep pode ser dividida em quatro fases, partindo de uma iniciativa para tabelamento do preço da commodity até uma organização mais alinhada, respondendo às condições do mercado.
"Nos anos 1990 começou a quarta fase, que deve durar mais alguns anos", declarou o assessor. Atualmente as decisões tomadas pela Opep estão mais alinhadas com as condições do mercado e com suas perspectivas de longo prazo, segundo Al-Muhanna. Ele acrescenta que a organização também ganhou a capacidade de coordenar suas atividades com as de outros grupos regionais e internacionais, discutindo políticas energéticas que beneficiem produtores e consumidores.
Mas, para Al-Muhanna, a Opep terá novos desafios no futuro, entre eles "o retorno de algumas das maiores economias do mundo a políticas comerciais protecionistas, a possibilidade de uma guerra cambial e a constante volatilidade no preço de commodities básicas, incluindo o petróleo", disse ele.
"Entretanto, creio que a organização será capaz de lidar com este desenvolvimento e com as mudanças globais desde que continue a operar como um grupo independente e atento à economia, cuja meta seja a defesa dos interesses de seus membros, do mercado e da indústria petrolífera como um todo, agora e no futuro", terminou Al-Muhanna.
*Tradução de Mark Ament

