Débora Rubin
São Paulo – As cooperativas brasileiras estão vendendo cada vez mais para o Oriente. De US$ 1 bilhão exportado no primeiro semestre, os países árabes do Oriente Médio compraram US$ 190 milhões. O valor é 43% maior que no mesmo período do ano passado. "É o nosso terceiro maior mercado, atrás de Ásia e Europa. E a tendência é continuar crescendo nessa mesma ordem", explica o gerente de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Evandro Ninaut.
Os produtos mais exportados pelas cooperativas são o açúcar, a soja em grãos, carnes, café, cereais e algodão. Os Emirados Árabes Unidos são os maiores compradores na região, responsáveis por US$ 84 milhões, e a Arábia Saudita é o segundo, com US$ 64 milhões – desse total, US$ 57,5 é só açúcar. "Eles estão comprando muito açúcar porque nosso preço é dos mais competitivos. Sai mais barato comprar de cooperativa", diz Ninaut.
Segundo o gerente da OCB, as cooperativas vêm se profissionalizando a cada ano e a tendência é crescer cada vez mais. Hoje, a Ásia é a grande compradora, sendo a China a responsável por 24% de toda a exportação.
No entanto, há regiões que quase não compram dos cooperados brasileiros. Nos países vizinhos do Mercosul, por exemplo, a venda é fraca. Para Ninaut, seria preciso implementar uma política de promoção comercial e de acordos bilaterais para que os produtos nacionais fossem além das fronteiras.
As cooperativas ainda não são grandes exportadoras. Das 7,5 mil existentes no Brasil, de 13 ramos diferentes, apenas 272 exportam – e de apenas três ramos: agropecuário, de produção (artesanato) e mineral. Há seis anos, apenas 132 exportavam. "Se pensarmos que 35% da produção nacional de grãos está nas mãos das cooperativas e que, por outro lado, nossas exportações de grãos não chegam nem a 5% do total, fica claro que temos muito espaço para crescer", acrescenta Ninaut.
Existe um universo de cooperados agrícolas que vendem para terceiros e esses, por sua vez, exportam. Como a OCB não tem controle sobre essas vendas, as exportações podem ser até 30% maiores que a estimativa feita pela organização.
Renda e emprego
As cooperativas são uma solução eficiente de geração de renda. Hoje, a OCB calcula que o setor empregue 200 mil pessoas no País e fature algo em torno de R$ 90 bilhões anuais. O ramo agropecuário, com 1.514 cooperativas, é o maior e mais solidificado.