São Paulo – O banco islâmico de investimento Gulf Finance House (GFH), sediado no Bahrein, criou a companhia HadeedMena. Com capital de US$ 5 bilhões, a empresa vai atuar no setor siderúrgico e tem como objetivo sanar a escassez de aço no Oriente Médio e Norte da África. As informações foram divulgadas pelo site do jornal de negócios Emirates Business 24-7, de Dubai.
A companhia foi criada em parceria com outras quatro empresas: Emirates International Investment Company, Khaleej Development Company (KDC), Q-Invest e First Energy Bank. A MN Dastur e a Gulf Organisation for Industrial Consulting (GOIC) são parceiras nas áreas técnica e de consultoria de mercado, respectivamente.
"A empresa vai fabricar barras e estruturas de aço para o setor de construção", disse Esam Janahi, presidente do GFH. "A HadeedMena está em fase final de negociação para firmar uma série de parcerias e aquisições, que deverão ser anunciadas em breve", acrescentou Janahi.
A HadeedMena terá capacidade de produção anual de 8 milhões de toneladas de aço nos próximos quatro anos. Futuramente, esse volume deve chegar a 12 milhões de toneladas, o equivalente a 15% da demanda total do Oriente Médio e Norte da África. Com esse volume, a companhia será uma das maiores produtoras de aço da região.
Atualmente a indústria de construção do Oriente Médio consome cerca de 35,4 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos por ano. A região, no entanto, só produz por volta de 24 milhões de toneladas por ano.
"As economias do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) perceberam que, ao aumentar sua capacidade de produção de aço, poderão ter mais controle sobre o mercado interno no longo prazo", disse Ahmed Mutawa, secretário-geral da GOIC. "A criação da HadeedMena é conseqüência dessa visão. Ao invés de depender das importações de aço, agora poderemos fabricar esse produto essencial em nosso próprio território", afirmou.
“A HadeedMena vai operar em diversos países do Golfo Arábico, Ásia e África. A produção de matéria-prima será realizada em países ricos em minério de ferro e carvão; já a fabricação de produtos finais deve se concentrar em países do Oriente Médio e Norte da África, onde a demanda por aço é excepcionalmente forte", explicou Mutawa.
Segundo Abdulatif Al Meer, diretor administrativo da Q-Invest, sediada no Catar, além das vantagens econômicas imediatas, a iniciativa deverá gerar empregos, e assim melhorar o padrão de vida na região: "A fabricação de aço gera uma série de empregos nos setores de engenharia, produção, design e suporte", disse.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

