Da redação*
São Paulo – Os países do Oriente Médio deverão investir mais de US$ 120 bilhões em água nos próximos dez anos. Se esse investimento não for realizado, especialistas prevêem que em 2050 a região poderá enfrentar uma grave crise de água. "A água também é essencial para o desenvolvimento continuado do setor de turismo, que está se tornando cada vez mais vital para as economias de muitos países do Oriente Médio", afirmou Kathy Shandling, diretora executiva da International Private Water Association (IPWA). As informações foram divulgadas pela agência árabe de notícias MENA Report.
As altíssimas taxas de crescimento populacional no Oriente Médio fazem da água um setor chave para os países da região. "Os governos do Oriente Médio reconheceram que é essencial trabalhar em parceria com o setor privado para construir uma infra-estrutura duradoura", disse Shandling.
Os diversos projetos de construção em andamento na região deverão consumir mais de 112 bilhões de litros de água potável nos próximos dois anos, exigindo muito das reservas subterrâneas e usinas de dessalinização existentes. "Com os sistemas aqüíferos sobrecarregados, deve crescer a dependência da água dessalinizada, que hoje representa 50% de toda a água para uso doméstico no Oriente Médio", afirmou Sarah Woodbridge, diretora de exposições da companhia IIR Middle East, que organiza a exposição anual Middle East Electricity.
"O interesse em produtos e soluções relacionados à água nunca foi tão grande", diz Woodbridge. Na Middle East Electricity 2007, mais de 18 mil visitantes buscavam companhias do setor. A próxima edição da feira vai acontecer de 10 a 13 de fevereiro de 2008 no Dubai International Exhibition Centre.
"O Oriente Médio concentra 5% da população mundial, mas detém somente 1% da água potável renovável do mundo. Por isso, os países do Oriente Médio e Norte da África se comprometeram a investir mais de US$ 24 bilhões em dessalinização entre 2005 e 2015. Só a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos vão gastar quase US$ 13 bilhões", ela diz.
Nos últimos anos, os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que inclui o Bahrein, Kuwait, Catar, Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, adotaram as parcerias público-privadas (PPPs) como solução alternativa para atender à demanda crescente por água potável. Por contar com o envolvimento de líderes globais do setor de água, as PPPs também oferecem vantagens como economia de custos, gestão eficaz de usinas e proteção ambiental.
A abertura dos mercados às PPPs e a demanda crescente por água criou enormes oportunidades de negócios na região, com grandes companhias globais expandindo suas operações no Oriente Médio. Entre elas está a divisão de Eletricidade da companhia General Electric (GE) na região. A GE está construindo um complexo de tratamento de água em Dammam, Arábia Saudita. As instalações têm quase 3 mil metros cúbicos, incluindo um laboratório de tratamento de água, e o complexo deve entrar em operação no fim do ano.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

