São Paulo – A região do Oriente Médio e Norte da África (Mena) começou 2023 com crescimento sólido, mas lento, e deve fechar o ano com alta de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB), segundo projeção divulgada nesta terça-feira (06) pelo Banco Mundial. Para 2024, o organismo financeiro espera avanço econômico de 3,3% na área. Na foto acima, um vendedor de alimentos em rua do Cairo, Egito.
Há grandes diferenças no desempenho esperado para cada país, no entanto. Para 2023, o maior crescimento de PIB no Mena deve vir do Djibuti, com 4,4%, seguido de Egito, com 4%, e Catar, com 3,3%. Já a Síria deve ter recessão de 5,5%, assim como o Iraque, com queda de 1,1%, e Líbano e Iêmen, ambos com recuo de 0,5% no PIB.
Sobre o cenário das economias exportadoras de petróleo, o Banco Mundial lembra que houve desaceleração na produção petrolífera no final do ano passado. Segundo a instituição, esses países, que desfrutaram de alto crescimento na última década e baixo desemprego no ano passado, anunciaram cortes na produção de petróleo, mas apesar da alta nos preços do produto, a demanda global oscilou, desacelerando a atividade.
“No Catar, o crescimento econômico arrefeceu no começo de 2023, após o crescimento mais alto da década no último trimestre de 2022 em função da Copa do Mundo da Fifa”, informou o Banco Mundial em relatório.
Já os países importadores de petróleo viram as condições econômicas adversas seguirem em 2023, com a inflação atingindo no primeiro semestre deste ano níveis não vistos em mais de uma década. No Egito, o acesso limitado ao dólar e a taxa de câmbio mais flexível fizeram a libra perder metade do valor do início de 2022 a maio de 2023.
No Marrocos, a seca prolongada e inflação alta vêm enfraquecendo o crescimento e gerando desemprego, que chegou em março deste ano ao pico da pandemia de covid-19, segundo o relatório do Banco Mundial. A instituição espera crescimento econômico de 2,5% para a economia marroquina neste ano e de 3,3% para o ano que vem.
O Banco Mundial diz que os riscos econômicos são maiores para os importadores de petróleo do que para os exportadores da commodity na região, apesar de que esses últimos seguem altamente dependentes das receitas de petróleo e poderão sofrer os efeitos da pressão mundial para a transição às energias verdes. Já os importadores de petróleo são mais vulneráveis aos mercados por causa dos níveis de dívida dos governos e das reservas cambiais.
Além dos já citados, o Banco Mundial espera crescimento na região em 2023 de 1,7% para Argélia, 2,7% para Bahrein, 2,2% para Irã (não é país árabe), 2,4% para Jordânia, 1,3% para Kuwait, 1,5% para Omã, 2,2% para Arábia Saudita, 2,3% para Tunísia, 2,8% para Emirados Árabes Unidos e 3% para a Palestina.