São Paulo – O aumento da inflação e a invasão da Ucrânia pela Rússia está levando os investidores do Oriente Médio a reverem a alocação dos seus ativos, de acordo com informações do relatório Invesco Global Sovereign Asset Management Study, publicadas pela agência de notícias saudita Arab News. O levantamento aponta que 55% dos fundos soberanos da região reposicionaram as carteiras.
“A inflação está em alta, o crescimento global está desacelerando e as tensões geopolíticas aumentando. O ambiente macro ficou mais incerto, levando os fundos soberanos a repensarem o posicionamento dos seus portfólios ao analisarem o futuro”, disse o executivo-sênior e chefe para o Oriente Médio e a África da Invesco, Zainab Faisal Kufaishi. A Invesco trabalha com gestão de investimentos.
O relatório, com opiniões de 139 diretores de investimentos, mostra que as alocações dos fundos soberanos globais em renda fixa diminuíram nos últimos anos e a maioria está indo para alternativas no mercado privado, principalmente imóveis, private equity e infraestrutura. Entre os entrevistados, 82% disseram que os ativos imobiliários são eficazes contra a inflação e trazem rendimentos maiores.
De acordo com o levantamento, 50% dos fundos soberanos do Oriente Médio têm interesse em ativos privados – e eles citam a intenção de aumentar investimentos em private equity. Também 20% pretende incrementar as alocações em imóveis e 20% em infraestrutura nos próximos 12 meses. O relatório mostra que, globalmente, cerca de 22% dos ativos dos fundos soberanos estão no setor privado.
Após a invasão da Ucrânia, os fundos soberanos do Oriente Médio perderam afinidade com a Europa. O relatório informa que 40% deles planejam reduzir alocações na Europa desenvolvida e 30% na Europa emergente nos próximos 12 meses. O relatório apontou ainda que os entrevistados estão mais propensos a aumentar a exposição das carteiras na América do Norte, Ásia-Pacífico e Oriente Médio.