São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Rússia e os demais produtores fizeram acordo neste domingo (12) para um corte de 10% na oferta global de petróleo, na tentativa de melhorar os preços da commodity em meio à pandemia do coronavírus. Os preços do petróleo recuaram substancialmente desde o início de março em decorrência da queda na demanda por causa da pandemia e de aumentos na produção anunciados pela Arábia Saudita e outros produtores.
Os países integrantes da Opep, porém, vão reduzir a produção em 9,7 milhões de barris por dia em maio e junho. O acordo foi fechado por videoconferência e prevê que os cortes seguirão por dois anos até abril de 2022. A decisão ocorreu após reunião virtual dos ministros da energia do G20, na sexta-feira (10), grupo das maiores economias do mundo que tem na presidência a Arábia Saudita. A melhora nos preços da commodity deve ajudar a dar impulso às economias de países produtores, como os do Golfo.
O ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, participou da reunião do G20 (foto acima) e disse que, por questões legais, o governo do Brasil não tem influência sobre o mercado do petróleo, apenas faz as políticas públicas do setor. Ele informou que a Petrobras reduziu a sua produção em 200 mil barris por dia, o que representa 20% das exportações de petróleo do Brasil. Albuquerque lembrou que o Brasil se tornou exportador líquido de petróleo em 2019 e é um dos dez maiores produtores mundiais.
O ministro disse ainda que o Brasil entende que o mercado internacional deve, por meio de mecanismos existentes, encontrar um preço de comercialização da commodity. “O Brasil reitera sua disposição de sempre discutir os temas do setor de energia no âmbito do G20, da Agência Internacional de Energia, e no plano bilateral”, disse o ministro aos colegas.
Em declaração pós reunião virtual, os ministros de energia do G20 afirmaram que a pandemia da covid-19 desestabilizou os mercados globais do petróleo e gás, e comprometeu a segurança energética de muitas nações. Segundo eles, garantir a estabilidade do mercado de energia e garantir energia acessível é fundamental neste momento. O grupo se comprometeu a tomar as medidas necessárias para garantir o equilíbrio entre interesses de produtores, consumidores, além da segurança e o fluxo de energia.