Emirates News Agency
Dubai (Emirados Árabes Unidos) – Os países árabes do Oriente Médio e do Norte da África, conhecidos pela sigla inglesa MENA (de Middle East and North Africa), devem dobrar o nível de emprego atual até 2020, criando 100 milhões de novos postos de trabalho.
Essa é a recomendação de um novo relatório do Banco Mundial apresentado nesta sexta-feira (19), véspera do início da Reunião Anual do Conselho de Governadores do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que este ano ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A população jovem da região, com níveis de escolaridade cada vez mais altos, tem dificuldade para encontrar emprego após a conclusão dos estudos por causa de um mercado de trabalho que já se encontra saturado, com taxas de desemprego próximas a 15% e crescimento anual da força de trabalho de 3%.
O Banco Mundial sugere que, para enfrentar esse desafio sem precedentes no mundo nos últimos 50 anos os países árabes revigorem o setor privado, integrem seus mercados à economia global e administrem melhor suas reservas petrolíferas.
"O encaminhamento dado ao problema da força de trabalho não será de pequeno impacto para o futuro dos países do MENA", diz Christiaan Poortman, vice-presidente do Banco Mundial para o Oriente Médio e Norte da África.
"Os desafios a superar são enormes. Ainda assim, os custos de uma eventual paralisia e os benefícios da criação de mercados de trabalho dinâmicos tornam obrigatória uma ação rápida e decisiva."
O relatório Unlocking the Employment Potential in the Middle East and North Africa: Toward A New Social Contract ("Destravando o potencial de emprego do Oriente Médio e do Norte da África: rumo a um novo contrato social") é o quarto estudo em uma série produzida pelo Banco Mundial para apresentar as perspectivas de desenvolvimento dos países do MENA.
Em 2000, segundo o estudo, a força de trabalho do MENA chegava a 104 milhões, mas cresceria para 146 milhões até 2010 e para 185 milhões até 2020.
Para absorver os atuais desempregados e os jovens que a cada ano entram no mercado, 100 milhões de novas vagas terão de ser abertas ao longo das próximas duas décadas. Isso é mais do que o número de empregos criados nos últimos 50 anos no MENA.
A maior parte dos jovens desempregados tem educação de nível médio ou superior e procura colocação em empregos governamentais.