Geovana Pagel
São Paulo – Os países árabes localizados no Oriente Médio e no Norte da África já são responsáveis por 8,5% das exportações do estado do Paraná, que no período de janeiro a outubro de 2003 atingiram o recorde de US$ 6,07 bilhões, superando em 7% as exportações totais de 2002, de US$ 5,70 bilhões.
Só para dar uma idéia do que representa o volume de vendas paranaenses para os árabes, de acordo com o ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, o total das exportações brasileiras para o bloco, em 2002, foi de 4,3%.
As importações feitas pelo estado, entre janeiro e outubro, foram de US$ 2,85 bilhões, gerando um superávit acumulado de US$ 3,23 bilhões, 36% maior que o superávit do ano passado, que foi de US$ 2,37 bilhões.
Já as exportações exclusivamente do agronegócio no período somaram US$ 4,08 bilhões, 12% acima das exportações registradas em 2002. De acordo com a economista Gilda Bozza Borges, coordenadora do banco de dados da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e responsável pelo levantamento, os números comprovam os bons resultados das exportações e confirmam o excelente desenvolvimento do agronegócio brasileiro.
"No Paraná o agronegócio é responsável por 67% das exportações", diz a economista. Segundo ela, o complexo da soja representa 37% das exportações totais e tem uma receita de US$ 2,25 bilhões, também superior às exportações do complexo no ano de 2002, que somaram US$ 1,95 bilhão, representando um crescimento de 16%.
As exportações de soja em grão assinalam um aumento de 22% sobre as exportações do grão em 2002, alcançando no período janeiro/outubro de 2003 o montante de US$ 1,05 bilhão. "O aumento da demanda e a recuperação dos preços internacionais foram os principais fatores", explica Borges.
O preço médio de exportação da soja em grão no período foi de US$ 209,46 a tonelada. As exportações de farelo de soja geraram uma receita de US$ 761 milhões. As exportações de óleo bruto atingiram US$ 348 milhões e as de óleo refinado US$ 99 milhões.
O setor de carnes (aves, bovinos, suínos e outras) consolida a sua posição de terceiro agregado maior exportador alcançando a cifra de US$ 517 milhões, valendo ressaltar que já assinala um valor 11% maior em relação às exportações totais do complexo no ano de 2002, de US$ 467 milhões. "Para o Oriente Médio crescem mais as exportações de carnes de aves (frango), com cortes especiais", destaca a economista.
E por falar no crescimento da venda de carne de aves, as exportações do setor somaram US$ 385 milhões. As de carne bovina também já superam o montante exportado em 2002, alcançando US$ 49 milhões. A receita de exportações de carne suína no total de US$ 71 milhões confirma um aumento de 22% sobre o total exportado em 2002.
Os produtos florestais exportaram o montante de US$ 737 milhões. As exportações de madeira, segundo complexo na ordem de importância, atingiram US$ 609 milhões. As receitas de exportações de papel e papelão totalizaram US$ 128 milhões.
As receitas obtidas com as exportações de açúcar atingiram US$ 150 milhões, com um volume exportado de 948 milhões de toneladas.
Nos demais setores, o milho faturou US$ 255 milhões, o café (grão e solúvel) US$ 131 milhões e o setor de couros US$ 37 milhões.
Blocos econômicos
Em termos de blocos econômicos, a União Européia tem uma forte presença, participando em cerca de 30% da pauta de exportações paranaenses, o que representa US$ 1,83 bilhão.
Em segundo lugar está a Ásia, com US$ 1,33 bilhão, que significa 22% do total. Além dos países do Oriente Médio e Norte da África, o Paraná também exporta para os Estados Unidos e países do Mercosul.

