São Paulo – O Papa Francisco, líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana, desembarcou nesta quinta-feira (03) no Bahrein e desde então já distribuiu mensagens sobre paz, desarmamento, união, superação de diferenças e direito à prosperidade, entre outros temas, nos encontros dos quais participou. Famílias brasileiras que vivem no país árabe do Golfo devem participar de missa que o papa celebrará neste sábado (05) para 30 mil pessoas no Estádio Nacional do Bahrein.
Já na chegada, Francisco foi recebido pelo rei do Bahrein, Hamad bin Isa bin Salman Al Khalifa, e membros da família real. A visita ao país é fruto de convite de autoridades locais e religiosas. O papa estará no país até o domingo (06) para participar do “Fórum do Bahrein para o Diálogo: Oriente e Ocidente para a Coexistência Humana” e visitar a Catedral de Nossa Senhora da Arábia, padroeira do Golfo.
Em seu primeiro discurso no Bahrein, Francisco condenou as armas e disse que todos os seres humanos têm direito a prosperar. “Rejeitemos a lógica das armas e invertamos o rumo, transformando as enormes despesas militares em investimentos para combater a fome, a falta de cuidados da saúde e da educação”, disse Francisco em encontro com representantes da sociedade civil e do corpo diplomático no país.
O papa disse que o Bahrein é uma terra extremamente antiga para onde acorriam diferentes povos. “Se vê na sua variedade étnica e cultural, na convivência pacífica e no tradicional acolhimento da população”, disse Francisco sobre o país árabe. Ele lembrou que o Bahrein teve a primeira escola feminina criada no Golfo. “Continue sendo farol na promoção em toda a área dos direitos e condições justas e cada vez melhores para os trabalhadores, as mulheres e os jovens”, disse.
Entre os compromissos, Francisco participou do encerramento do Fórum do Bahrein para o Diálogo: Oriente e Ocidente para a Coexistência Humana, de encontros com o Conselho Muçulmano de Anciãos e com grupo ecumênico. Ele ainda terá outras agendas no país, como a celebração da missa para a comunidade, encontro com jovens em escola local e celebração de despedida
Além dos temas já mencionados, o papa falou no país sobre a guerra esquecida no Iêmen. “Como qualquer guerra, não leva a nenhuma vitória, mas apenas a amargas derrotas para todos”, disse. Francisco fez chamados pela questão ambiental, lembrando da conferência mundial sobre o clima COP27 que ocorre neste mês no Egito, discursou sobre o trabalho que escraviza e sobre o aumento das ameaças de morte pelo mundo. O papa pediu pelo fim da guerra na Ucrânia e por negociações sérias de paz.
Brasileiros no Bahrein
O site do Vaticano publicou em sua página em português notícia sobre brasileiros que vivem no Bahrein e vão participar da missa que o papa celebrará neste sábado. A entrevistada foi a família Mathis, católica e com origens brasileiras e alemãs, que mora no país há 12 anos. “Nem imaginava que um dia poderia assistir a uma missa com o Papa Francisco. Estamos numa emoção muito grande para viver este momento que será histórico na nossa família”, disse a mãe, Aline Mathis.
A família frequenta a igreja católica local e vai na missa, ministrada em inglês, toda a sexta-feira. Aline, que é guia turística, contou da felicidade de poder expressar essa liberdade religiosa dentro e fora de casa, confirmada pelo marido de origem alemã, Stephan Mathis, diretor financeiro. “O Bahrein é um país muito livre. E nós temos todas as religiões aqui; todo mundo pode praticar a religião: sendo católico, hinduísta, muçulmano”, disse ele para o Vatican News.