São Paulo – A arquiteta Fabiana Bezerra nunca imaginou que, depois de receber, do pai, aquela amostra de capim dourado, espécie típica do Jalapão, no Tocantins, sua vida ia mudar tanto. Incluindo a profissão. Hoje craque na produção de bijuterias a partir da matéria-prima brilhante, Fabiana virou empresária ao abrir, em 2007, a sua Art da Terra. A empresa, com sede em Palmas, a capital tocantinense, tem nas exportações de brincos, anéis, colares e pulseiras mais de 80% de seu faturamento. O plano, daqui por diante, é investir em novos mercados, como os países árabes.
A lista de países compradores das peças de capim dourado é composta por Alemanha, Áustria, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Honduras, Itália, Japão, México, Porto Rico, Portugal, Suíça e Turquia. "Começamos pela Espanha, em 2007", explica Fabiana.
Segundo a empreendedora, o mercado externo sempre foi uma prioridade. "Montamos um site, que por sinal está sendo reformulado no momento, com informações em espanhol, francês e inglês", diz Fabiana. "Foi fazendo contatos pela internet que começamos a vender para fora, seis meses depois da abertura da Art da Terra", conta.
Entre os próximos passos, está a conquista de novos clientes externos. "Temos total interesse de vender para os árabes, só não surgiram oportunidades ainda", conta ela. "Sabemos que, nesses países, o uso de tons dourados nas bijuterias é muito valorizado", diz. De acordo com Fabiana, árabes, por enquanto, só "os empresários que moram em São Paulo" ou "aqueles de outros estados do Brasil, que conhecemos nas feiras das quais participamos".
A Art da Terra lança duas coleções de bijuterias por ano, uma em janeiro e a outra em junho. Em cada uma delas, duas linhas são produzidas: uma com produtos folheados a ouro e outra mais artesanal, com o uso de materiais orgânicos junto com o capim dourado. "Ao todo, cerca de 25 pessoas participam do trabalho, cada uma responsável por uma etapa da produção", explica Fabiana. "As peças banhadas a ouro, por exemplo, recebem essa cobertura em outro estado", diz.
O retorno de tanto empenho veio, no último ano, com a premiação nas duas últimas edições da Eclat de Mode – Bijorhca, feira de joalheira, bijuteria e relojoaria realizada em Paris, na França. Isso além da participação na exposição "Bijoux Textiles", sobre acessórios feitos com materiais têxteis na Fashion Gallery, museu de Hong Kong. "Foram apenas 20 designers escolhidos no mundo todo", conta, orgulhosa, a empreendedora do capim dourado.
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