São Paulo – Um grupo de mulheres alagoanas está produzindo um sabonete para banhos ao estilo de Cleópatra, antiga rainha egípcia famosa por sua beleza. Cleópatra, que subiu ao trono aos 17 anos de idade, tomava banhos com leite de cabra. E as alagoanas produzem sabonete de leite de cabra. Elas são 20 mulheres, fazem parte da Associação de Produção Artesanal de Cosméticos de Maravilha (Natucapri), querem expandir as vendas do sabonete no mercado nacional e depois também exportar. O destino? Não importa. “Nosso sonho é exportar”, diz a diretora-presidente da Natucapri, Angelina Barreiros dos Santos.
Tudo começou lá por 2006 quando o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que coordena um Arranjo Produto Local (APL) – uma espécie de cluster – do setor de caprinos e ovinos, convidou mulheres dos municípios alagoanos de Maravilha e Ouro Branco para um curso sobre fabricação de sabonetes de leite de cabra. As moradoras de Maravilha se interessaram pelo tema, mas continuaram fazendo cursos. Na área de associativismo, na área de formação de preços. E então fundaram a cooperativa.
Angelina, uma líder na comunidade rural em que mora, pegou o barco a meio caminho andado depois que participou do curso de associativismo. Ela queria o treinamento para melhorar o seu trabalho na comunidade. Mas ali conheceu as suas atuais colegas de trabalho, recebeu um convite e com elas fundou a associação da qual hoje é diretora presidente. Atualmente, elas levam a produção adiante em uma sede alugada pela prefeitura local, na zona urbana de Maravilha. As associadas fazem rodízio nas diversas funções que o trabalho demanda. Todas fazem tudo, desde produzir e embalar os sabonetes até limpar o local.
A produção, de acordo com Angelina, varia muito. Gira entre 200 a 300 unidades por mês, mas ocasionalmente chega a 800. O grande volume de comercialização é feito quando a Natucapri participa de feiras com ajuda do Sebrae ou mostras voltadas para, por exemplo, a agricultura familiar. Tanto que o rateio do lucro nem é feito mensalmente entre as associadas. Depende da entrada de receita. Pode ocorrer duas vezes num mês se, por exemplo, houver uma feira, ou apenas a cada dois meses. Mas, além da venda em feiras, a Natucapri vende na cidade e também recebe pedidos, segundo Angelina, por telefone ou e-mail.
O grupo aguarda uma inspeção da Vigilância Sanitária para receber o selo sanitário e então expandir as vendas no Brasil e depois ao exterior. Alguns sabonetes, conta Angelina, já chegaram a outro país, os Estados Unidos, enviados como presente por brasileiros. O produto, explica Angelina, é extremamente hidratante. “O leite de cabra tem vitamina A, tem o PH mais próximo ao da pele humana, para pele ressecada ele devolve a maciez e em peles gordurosas ajuda a retirar a gordura”, afirma Angelina. Segundo ela, o produto é muito procurado para homens com o objetivo de combater a calvície.
Os aromas nos quais os sabonetes são fabricados são vários. Há por exemplo, de aveia, mel, maracujá, camomila, canela. O de maracujá, por exemplo, é calmante. O de camomila é calmante e relaxante, o de canela é energizante e afrodisíaco. “Todos são hidratantes”, diz Angelina. Os fornecedores do leite de cabra são pequenos criadores do estado de Alagoas. Os banhos da rainha egípcia com leite de cabra costumam ser citados pelas fabricantes do sabonete Natucapri para fazer propaganda do produto.
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E-mail: natucapri@oi.com.br

