Omar Nasser, da Fiep*
São Paulo – A corrente comercial (exportações mais importações) do Paraná com os países árabes registrou um aumento de 41% no ano de 2007 em relação a 2006, passando de US$ 586,4 milhões para US$ 825,7 milhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para o coordenador do Conselho Temático de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Ardisson Nahim Akel, a tendência de crescimento deve se manter em 2008.
No ano passado, as exportações totalizaram US$ 633,1 milhões, contra US$ 540 milhões contabilizados em 2006, o que significou alta de 17,2%. Já as importações tiveram aumento ainda maior, beneficiadas pela valorização do real frente ao dólar: passaram de US$ 46,4 milhões em 2006 para US$ 192,6 milhões em 2007, o que representou aumento de 315%.
Quando a comparação é com o início da década, a expansão do comércio paranaense com as nações do Oriente Médio e Norte da África é ainda mais expressiva. Em 2001, a corrente comercial foi de US$ 347,4 milhões. Ou seja, em seis anos o valor apresentou alta de 138%. Há espaço, contudo, para avançar. As vendas paranaenses para as duas regiões, no ano passado, responderam por apenas 5% do total exportado pelo Paraná, que chegou a US$ 12,3 bilhões.
Efeito renda
“A tendência é de este crescimento continuar”, prevê Akel, que preside, também, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap). De acordo com ele, além do maior conhecimento sobre as potencialidades de produção e consumo existentes de ambos os lados do Atlântico, há um efeito renda nos países árabes, especialmente naqueles que são exportadores de petróleo. O aumento do preço do barril – hoje perto dos US$ 90,00 – deve favorecer a busca de bens e serviços em outras regiões do mundo. O Brasil e o Paraná podem se beneficiar.
Yasser Mohammad Hassan, trader especializado no comércio com as nações árabes, também vê com otimismo as possibilidades de negócio que se abrem neste ano de 2008. “A expectativa é de crescer mais, as empresas brasileiras agora estão olhando para o Oriente Médio”, avalia. Para ele, a região surge como alternativa interessante a outros mercados tradicionais para o Brasil, como Europa, Estados Unidos e América Latina.
Oportunidade
Outro fato que estimula o comércio entre as indústrias do Paraná e os árabes é a atual conjuntura internacional. “A crise da economia norte-americana mostra que o Brasil tem que ter um leque amplo de mercados, vários clientes”, destaca Akel. “O Brasil tem várias potencialidades, como no segmento de vestuário – moda praia, lingerie e fitness. Já o Paraná tem, além do setor de alimentos, móveis, utensílios e construção civil, entre outros”, cita o dirigente.
Para Hassan, o Brasil pode tirar proveito da sua competência, também, no setor de máquinas e equipamentos. Na sua opinião, merecem atenção os setores de máquinas para panificação, massas e para o refino e beneficiamento de açúcar. “O Brasil está se tornando conhecido mundialmente por oferecer máquinas e equipamentos de tecnologia e qualidade melhores que os chineses e com preço mais competitivo que os europeus”, diz ele.
*Federação das Indústrias do Estado do Paraná