São Paulo – Para as empresas brasileiras do setor de moda conquistarem o mercado árabe, a empresa de consultoria internacional Euromonitor aponta que a melhor opção é estabelecer parcerias com grandes companhias locais. “Abrir franquias também é uma forte opção no Oriente Médio, mas é preciso ter um parceiro”, afirmou a consultora Stephanie Jacklin, que apresentou um estudo sobre as oportunidades no setor de moda no Oriente Médio para empresários brasileiros.
O estudo, que foi encomendado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), tem mais de 4 mil páginas e analisou oito cidades de países árabes que têm potencial para importar a moda brasileira. Em nove meses, foram realizadas mais de mil entrevistas com consumidores, varejistas, distribuidores e lojistas.
De acordo com as informações apresentadas ontem (24) pelos consultores da empresa em São Paulo, as marcas internacionais são bem vistas e aceitas nas cidades de Dubai (Emirados Árabes), Riad (Arábia Saudita), Mascate (Omã), Amã (Jordânia), Doha (Catar), Manama (Bahrein), Cidade do Kuwait (Kuwait) e Beirute (Líbano). “O que é uma oportunidade para as marcas brasileiras”, disse Stephanie.
Nos segmentos de vestuário, calçados e bijuterias, a parceria com lojas de departamento são opções para as empresas começarem a marcar presença. No caso dos cosméticos, o estudo aponta que encontrar distribuidores é o melhor caminho, pois eles podem conseguir colocar os produtos brasileiros em lojas, farmácias e perfumarias.
Uma das empresas que participou da apresentação do estudo foi a Raro Efeito, de bijuterias, com sede em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Representantes da companhia querem iniciar as vendas no mercado externo e estão começando a estudar o mercado árabe. Segundo a designer da empresa, Laura Mostardeiro, suas peças têm muitas pedras brasileiras, o que pode agradar as mulheres árabes.
Segundo a consultora Anna Atsalaki, de todos os setores de moda pesquisados pela Euromonitor, o de jóias foi o que menos apresentou crescimento de vendas, principalmente por causa da crise. Porém, o estudo indica que as mulheres têm procurado por peças mais baratas, de prata e semijóias.
Para o setor joalheiro e de gemas brasileiras ter um maior destaque no exterior, o presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, João Ferreira Gomes, acredita que as empresas precisam apostar nas pedras nacionais. “Existem tantas pedras com tantos tons diferentes que tem como agradar todos os gostos”, afirmou. Segundo ele, a mudança de comportamento da mulher árabe, que tem procurado por mais semijóias, também abre mais oportunidades às empresas brasileiras.
Vestuário
No setor de vestuário, estava presente a empresa Puromania, de Londrina, do Paraná, que é a terceira maior em lavagem de jeans da América Latina. De acordo com a coordenadora de logística nacional e internacional da empresa, Elisangela Pereira, a marca já é exportada para Espanha, Japão e Estados Unidos, onde a empresa tem uma loja. “Queremos agora entrar no mercado árabe”, disse.
Segundo os dados do estudo, entre as peças de roupas mais procuradas pelos jovens árabes está a calça jeans, o que entusiasmou Elisangela, já que o forte da Puromania é a lavagem da calça.
As empresas que tiverem interesse no estudo devem entrar em contato com a Apex pelo e-mail: ic@apexbrasil.com.br

