São Paulo – O ambiente desértico do Kuwait está retratado no design externo de seu pavilhão na Expo 2020 Dubai, com prismas dourados que lembram dunas de areia, e projeções de imagens de deserto, camelos e das cores da bandeira nacional.
Ao entrar, a primeira coisa que os visitantes veem é uma enorme torre de água. “Torres de água estão presentes em todo o país, e este é um símbolo de como a água é importante para a sobrevivência, e como precisamos manter a sustentabilidade de nossos recursos hídricos, especialmente para as gerações futuras. A água é o principal símbolo de sustentabilidade”, disse Mazen Alansari, vice-diretor do pavilhão do Kuwait à ANBA. Ele acompanhou a visita da reportagem.
As torres de água do país armazenam grandes quantidades de água doce em tanques elevados e são um símbolo kuwaitiano de sustentabilidade e segurança hídrica. Estrategicamente localizada no centro do pavilhão, a torre se estende por todos os andares.
Para subir para o primeiro andar há um corredor em rampa que mostra um vídeo contando a história do Kuwait. “Temos esse filme que começa com a história do Kuwait, do comércio e do mergulho em busca de pérolas. A nossa história também inclui os gregos, eles viveram na nossa parte do mundo durante a era grega, temos artefatos que o comprovam, e aqui estão expostas algumas réplicas”, contou Alansari.
Da história antiga ao tempo presente, o vídeo também traz imagens das torres de água que são um cartão postal da Cidade do Kuwait, do mercado de rua, entre outras paisagens. “No final do vídeo há uma imagem simbólica de pessoas de mãos dadas passando pela ponte Sheikh Jaber Al-Ahmad Al-Sabah, isso representa a visão futura do país. Tudo isso é apresentado pelos olhos de uma menina de sete anos, que representa a sociedade do futuro”, ele contou.
A quarta ponte mais longa do mundo começou a ser construída em 2013 e ainda está para ser inaugurada. Com 48,5 quilômetros de extensão, ela conecta a cidade do Kuwait à Madinat Al-Hareer, ou Cidade da Seda, um município que está também em construção e deve ser entregue em 2023. A ponte corta o caminho pelo mar; em um trajeto que levaria cerca de uma hora por terra, por cima da água levará cerca de 20 minutos.
A obra do arquiteto italiano Marco Pestalozza fica no distrito Sustentabilidade da Expo, próximo ao pavilhão do Brasil e do Catar. Com área construída de 5.600 metros quadrados, o pavilhão do Kuwait na Expo 2020 marca a maior participação do país em uma Expo mundial.
O tema do pavilhão é ‘Novo Kuwait, novas oportunidades para a sustentabilidade’. O cuidado com a sustentabilidade do projeto está no cerne de sua construção. Alansari contou que o edifício foi projetado de forma modular, o que garante que ele possa ser facilmente desmontado e que os materiais utilizados na construção sejam reciclados ou reutilizados após o fim da exposição, em abril do ano que vem.
No primeiro andar, o pavilhão contém totens interativos que trazem informações sobre os pilares da Visão 2035 do falecido emir Sabah Al Hamad Al Jaber Al Sabah. Entre eles estão infraestrutura, saúde, educação, diversificação da economia e fontes de energia renováveis. O plano de desenvolvimento nacional do Kuwait (KNDP) já está em andamento e pretende transformar o país em um centro financeiro, comercial e cultural líder na região em 14 anos. O vice-diretor do pavilhão disse que um dos principais objetivos na Expo é mostrar as iniciativas de desenvolvimento com a Nova Visão 2035 do Kuwait.
Nas paredes, uma linha do tempo conta a história do comércio de pérolas e da pesca, da descoberta do petróleo no país, em 1913, da primeira venda de petróleo ao exterior, em 1946, até os dias de hoje.
Em uma mesa interativa, há informações sobre a possibilidade de comércio e investimentos no país, contando um pouco sobre o trabalho de órgãos governamentais como a Câmara de Comércio e Indústria do Kuwait e a Autoridade de Promoção de investimentos Diretos do Kuwait (KDIPA, na sigla em inglês). Alansari reforçou que o país se apresenta economicamente como um destino ideal para investimentos estrangeiros, disse que os brasileiros são bem-vindos e que a barreira do idioma não é um problema, já que os kuwaitianos falam inglês.
Os visitantes podem ver de perto a fauna kuwaitiana em uma sala com animais mumificados do deserto. O pavilhão ainda enaltece o empoderamento feminino no país, seu trabalho humanitário e sua cultura, com experiências auditivas.
Sobre turismo, Alansari informou que o país já libera visto na entrada para 35 países. Ele disse que o primeiro passo é atrair o turismo interno e regional, para em um segundo momento, pensar nos países de outras regiões do mundo. Para os brasileiros, é necessário pedir o visto com cerca de um mês de antecedência e fazer PCR até 72 horas antes da chegada, além de ter certificado de pelo menos duas doses da vacina contra a covid-19. O vice-diretor lembrou que o Kuwait recentemente se tornou uma democracia e disse que espera que o país se abra cada vez mais.
No último andar do pavilhão, há uma cobertura e área externa com vista privilegiada da Expo e da praça Al Wasl. Além disso, há manifestações culturais ao longo de todos os dias, com exposição de artes, artesanato e música ao vivo, como forma de incentivar os artistas do país. Toda noite, na frente do pavilhão, há apresentações musicais típicas do país.
Todos os pavilhões da exposição universal ficam abertos das 10 horas às 22 horas. A Expo 2020 Dubai vai até 31 de março de 2022.