Geovana Pagel, enviada especial
Rio de Janeiro – A Perdigão, tradicional exportadora de frangos para o Oriente Médio, pretende começar a vender produtos de maior valor agregado, como salsichas e hambúrgueres de frango, para Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Catar.
"Com isso esperamos um aumento de 20% nas vendas (para a região)", disse o diretor de Relações Internacionais da empresa, Ricardo Meneses, ontem durante a Expo Abras 2004. As exportações dos novos produtos, que serão feitos a partir de frango do abate halal, devem começar no próximo ano. A empresa, que comemora 70 anos, vende para o Oriente Médio desde 1977.
De acordo com o diretor, os árabes já respondem por 30% das exportações da Perdigão. "Hoje os países árabes são um dos nossos principais mercados, tanto que todas as unidades seguem as regras islâmicas, por meio do abate halal", explicou. A empresa também mantém um escritório em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para facilitar as vendas para a região.
A Perdigão tem o maior estande entre as expositores da Expo Abras, com cerca de 720 metros quadrados. A expectativa da companhia é receber no espaço cerca de seis mil visitantes por dia.
No primeiro semestre deste ano, as exportações da Perdigão cresceram 61,4% em receita e 24,6% em volume. Foram 149,4 mil toneladas embarcadas só de abril a junho, crescimento de 19,9% em relação ao segundo trimestre do ano passado. As vendas externas da empresa representaram no período 59,4% da receita líquida, de R$ 1,2 bilhão.
Nova fábrica
A Perdigão também aproveitou a realização da Expo Abras para anunciar investimentos de cerca de R$ 304 milhões. A maior parte do dinheiro, em torno de R$ 240 milhões, será aplicada na construção de um novo complexo agroindustrial na cidade de Mineiros, em Goiás.
Segundo Meneses, a obra será parcialmente financiada com recursos do Programa de Crédito Especial para Investimentos do Governo de Goiás e do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, por meio do Banco do Brasil. "A unidade será destinada ao abate e processamento de peru e chester, terá dois abatedouros, um incubatório, uma fábrica de ração e um centro de distribuição e deve inciar suas operações no segundo semestre de 2006", explicou.
A empresa vai gerar cerca de dois mil empregos diretos e seis mil indiretos a partir desta nova unidade. O complexo terá capacidade de processamento de 81 mil toneladas/ano, o que projeta acréscimo de faturamento para a empresa da ordem de R$ 550 milhões.
Outros R$ 64 milhões, que são parte dos recursos do programa de investimentos da empresa para 2004/2005, serão direcionados a projetos de logística, infra-estrutura e otimização de linhas de produção, que vão agilizar a distribuição e ampliar a capacidade de produção das diversas unidades industriais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

