São Paulo – Quatro anos após o início da crise, o Líbano continua a enfrentar enormes desafios econômicos, com perspectivas difíceis e instáveis. É o que diz um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta sexta-feira (15), após visita ao país árabe, nesta semana, de equipe da instituição financeira liderada pelo executivo Ernesto Ramirez Rigo. Na foto acima, mercado público na cidade libanesa de Sidon.
A equipe afirma que há alguma estabilidade impulsionada recentemente pelo setor privado libanês e o turismo sazonal, mas destaca que fazem falta as ações em direção às reformas. Segundo o relatório, o país tem um setor bancário em colapso, deterioração de serviços públicos e da infraestrutura, agravamento das condições de pobreza e do desemprego, além de aumento das desigualdades.
A falta das reformas deve pesar sobre a economia nos próximos anos, segundo Rigo. A inflação segue em três dígitos, comprimindo os rendimentos reais, e as reservas cambiais do país seguiram diminuindo no primeiro semestre do ano em função do financiamento do Banco do Líbano a operações parafiscais e ao grande déficit da balança corrente.
“O crescimento sazonal do turismo fez aumentar as entradas de divisas nos meses de verão”, diz o executivo do FMI, ressaltando que é pouco provável que isso persista e que essas receitas, junto com as remessas que o país recebeu do exterior, ficam abaixo do necessário para compensar o déficit comercial e a falta de financiamento externo do país.
O fundo recomenda que o governo implemente estratégia fiscal coerente para restaurar a sustentabilidade da dívida e criar espaço para gastos sociais e de infraestrutura. Para a eficácia disso, o FMI recomenda avaliar as receitas. Ele destaca que o país já fez algo neste sentido, ajustando cobranças à taxa de câmbio e assim elevando as entradas. “No entanto, é preciso fazer mais”, diz o fundo. Neste sentido, O FMI diz que é necessário gerar mais oportunidades de receitas no orçamento de 2023, mas elogia ações previstas quanto a isso no orçamento de 2024.