São Paulo – As descobertas de petróleo na camada pré-sal e a localização estratégica da cidade portuária fizeram de Santos a escolha ideal para abrigar a sede da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UN-BS) da Petrobras. O complexo, que começa a ser construído no ano que vem, no bairro do Valongo, terá três torres que juntas vão gerar quase 7 mil empregos diretos e 15 mil indiretos. O investimento previsto para a sede é de R$ 350 milhões. O terreno de 25 mil metros quadrados, que custou R$ 15 milhões, fica na entrada da cidade e ao lado do porto.
De acordo com o gerente geral da UN-BS, José Luiz Marcusso, durante a implantação haverá cerca de 1,2 mil pessoas trabalhando na obra e a primeira torre deve ficar pronta em dois anos. "O complexo contará com um moderno centro de operações de toda a Bacia de Santos, além de um museu da história do petróleo e do desenvolvimento dessa importante bacia sedimentar brasileira."
Além disso, a base logística da unidade será instalada na Baixada Santista, mais especificamente no Guarujá, conhecido balneário do litoral paulista. “Estão previstas a construção de um porto e armazéns em 2014 e de um aeroporto em 2015 ou 2016”, afirmou Marcusso.
Segundo ele, os projetos da unidade que vão colaborar para reduzir a dependência do Brasil em gás natural importado e para o fortalecimento da autossuficiência em petróleo.
Instalada no município de Santos desde janeiro de 2006, a Petrobras tem colaborado para o desenvolvimento da região, gerando empregos, impostos e oportunidades também para empresários e prestadores de serviços. Apenas em Santos, já atuam mil trabalhadores diretos.
Nos próximos dez anos, a Petrobras, junto com empresas parceiras, deve investir cerca de US$ 18 bilhões em projetos na Bacia de Santos, de onde deverão ser extraídos cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás ao dia já a partir de 2011.
Atualmente, na Bacia de Santos, a companhia tem 17 sondas de perfuração com trabalhadores embarcados. Essas operações são responsáveis por 4,5 mil empregos diretos. Além disso, as equipes que trabalham em operação e manutenção, fora as sondas, representam mais de 500 pessoas.
Segundo Marcusso, primeiro a Petrobrás está implantando projetos piloto de grande porte e plataformas em série. “No terminal de Mexilhão, distante cerca de 140 quilômetros de Caraguatatuba, o pré-sal já tem três sistemas implantados”, contou Marcusso. A plataforma de Mexilhão, que entrou em operação este ano, tem capacidade de produção de até 15 milhões de metros cúbicos por dia de gás e 20 mil barris por dia de condensado. A Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, que também faz parte do Pólo Mexilhão, vai gerar 3 mil empregos e será concluída no primeiro trimestre de 2011.
Marcusso destacou que, desde abril, a Petrobras produz gás no campo de Lagosta, na Praia Grande, fornecendo combustível para abastecer plenamente o mercado da Baixada Santista.
Já o projeto piloto de Tupi, em operação desde outubro, tem capacidade de produção de 100 mil barris por dia de petróleo e quatro milhões de metros cúbicos diários de gás natural. O gás passará a ser escoado também para Monteiro Lobato, receberá ainda material do projeto Uruguá-Tambaú, outro poço na Bacia de Santos.
“A operação na camada pré-sal começou em 2009. Em 11 anos se projeta um crescimento muito grande em Santos e Baixada Santista”, destaca.
Marcusso afirmou ainda que a empresa continuará investindo pesado em exploração, contribuindo para que a meta de produção de 1,8 milhão de barris de petróleo por dia em 2020, no pré-sal da Bacia de Santos, seja atingida, com a garantia de contínuo crescimento da produção futura.
Sobre a Bacia de Santos
A Bacia de Santos é a maior bacia sedimentar brasileira com 352 mil quilômetros quadrados e se entende de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, até Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. Ela possui jazidas na camada pré-sal a 300 quilômetros da costa. Atualmente, a Petrobras produz 60 mil barris por dia de petróleo e 2 milhões de metros cúbicos diários de gás natural na bacia.
Leia a amanhã a terceira reportagem da ANBA sobre o desenvolvimento de Santos a partir das descobertas de petróleo no pré-sal.