Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Petrobras desistiu de construir um oleoduto ligando a Bacia de Campos à Refinaria de Paulínia, em São Paulo. O anúncio foi feito pelo presidente da empresa, José Eduardo Dutra. Com a decisão, a estatal desiste de diversificar o transporte de óleo do Norte Fluminense e mantém o escoamento do produto em navios.
Ao explicar a decisão, Dutra lembrou que a Petrobras promoveu um amplo debate sobre o Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de Óleo da Bacia de Campos. “A construção do duto era uma obra importante para a Petrobras, para o Rio e para o país", disse Dutra. Ele lembrou que a obra envolvia investimentos de R$ 4,6 bilhões e a geração de 34 mil empregos diretos e indiretos, dos quais 24 mil no Rio.
"Ao optarmos pela alternativa de escoamento marítimo, deixamos de diversificar o nosso modal de transporte, que passará a ter 90% da produção escoada por navios e apenas 10% por dutos, quando as plataformas P-51 e P-52 começarem a operar no primeiro trimestre de 2007. Em contrapartida, os investimentos necessários ao empreendimento cairão para apenas R$ 2,7 bilhões”, afirmou.
Dutra lembrou que a licença ambiental para a obra vinha sendo dificultada pelo governo do estado – que queria condicionar a liberação do duto ao compromisso da Petrobras com a construção da refinaria do Norte Fluminense. Segundo ele, com decisão, a expectativa de geração de empregos diretos e indiretos cai de 34 mil para apenas 10 mil, dos quais 7,4 mil no Rio.
Segundo Dutra, o Rio terá mais 1,8 mil empregos na fase de operação da plataforma PRA-1 (de rebombeio de óleo). A plataforma estará interligada a duas monobóias e a um navio do tipo FSO (de armazenamento de petróleo). Esses, por sua vez, estarão interligados a quatro navios ainda a serem afretados, que farão o transporte do óleo até São Paulo.