São Paulo – A Mauritânia melhorou sua situação macroeconômica na primeira metade do ano, mas ainda precisa trabalhar para reduzir as taxas de desemprego e pobreza em seu território. O Produto Interno Bruto (PIB) do país deve apresentar um crescimento real de 6,2% em 2012 e sua inflação deve ficar contida em 6%. A avaliação sobre o país árabe foi feita por uma comissão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que esteve na Mauritânia de 10 a 24 de setembro, e divulgou um relatório sobre a situação do país na segunda-feira (24).
O relatório afirma que a melhora nas políticas externa e fiscal do país tornaram a Mauritânia mais resistente a choques externos. Segundo o FMI é a primeira vez desde 2006 que se espera que o orçamento geral do país seja positivo. “Este desempenho excelente é atribuído a esforços intensos de captação de receita, receitas substanciais de mineração e um aumento considerável na assistência externa (incluindo empréstimos)”, destaca.
O documento também ressalta que, apesar de ter havido uma piora na situação da balança de pagamentos do país, causada pelos altos níveis de importação do setor de mineração, financiados por investimento estrangeiro direto, as reservas internacionais do país serão fortalecidas. Projeta-se que até o final do ano a Mauritânia tenha um recorde de US$ 750 milhões em moeda estrangeira.
A missão do FMI elogia os esforços governamentais para a retirada de subsídios dos produtos de energia. “A missão também encoraja as autoridades a continuar eliminando-os (subsídios), junto com os programas emergenciais, e substituí-los por um sistema de bem estar social que é melhor direcionado aos segmentos mais vulneráveis da população. A introdução de um programa de transferência de renda na capital e em algumas áreas rurais constituem um primeiro passo nesta direção”.
Segundo o relatório, a missão do Fundo fez ainda um acordo com as autoridades da Mauritânia para uma melhor alocação de uma parcela das receitas provenientes de impostos para a diversificação da base produtiva da economia, particularmente aumentando os investimentos em agricultura com um alto potencial de criação de empregos.
O FMI alertou ainda o governo sobre a necessidade de se melhorar o ambiente de negócios, criando um órgão que agilize os procedimentos empresariais. “A missão também reafirmou a importância de se estabelecer, em curtíssimo prazo, um novo instrumento para o gerenciamento da política monetária e a aceleração da implementação de reformas estruturais no setor financeiro, empresas públicas e na administração financeira pública.”
Para 2013, o documento indica que os objetivos são desenhados para consolidar a estabilidade macroeconômica em um ambiente global que continuará desafiador. “Eles visam alcançar um crescimento real do PIB maior que 6%, manter a taxa de inflação estável, continuar a implementação de uma política fiscal dirigida para o desenvolvimento de indústrias não-extrativistas e a manutenção adequada dos níveis de reservas internacionais. Indo além, discussões sobre a criação de um fundo de mineração transparente e a criação de uma estratégia de dívida de médio prazo também contribuirão para fundamentar essas conquistas”.

