São Paulo – A economia libanesa continua severamente deprimida frente ao impasse contínuo sobre reformas econômicas e um cenário de alta incerteza. A conclusão é do relatório emitido após a conclusão de uma visita de equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país árabe.
Os executivos visitaram Beirute, capital do Líbano, entre os dias 19 e 21 de setembro, para discutir os recentes desenvolvimentos econômicos e o progresso na implementação de ações que haviam sido acordadas em abril. O acordo SLA (da sigla em inglês Staff-Level Agreement) previa condições para um financiamento estendido de quatro anos.
O texto publicado pelo FMI traz dados sobre a situação financeira do Líbano e aponta que o Produto Interno Bruto do país encolheu mais de 40% desde 2018, a inflação permanece em três dígitos, as reservas cambiais estão diminuindo e a taxa de câmbio paralela atingiu 38.000 libras libanesas por dólar.
Segundo o relatório, as instituições do setor público estão falhando e os serviços básicos para a população foram drasticamente cortados. O resultado disso tem sido que desemprego e pobreza estão em taxas historicamente altas. “Apesar da urgência de ação para lidar com a profunda crise econômica e social do Líbano, o progresso na implementação das reformas acordadas sob o SLA de abril continua muito lento”, diz o relatório.
Entre as ações que não foram implementadas, o FMI cita o orçamento de 2022 ainda não aprovado pelo parlamento libanês e a adoção da Lei de Controle de Capital e Limites de Retirada de Depósitos, que é crucial para enfrentar questões como as taxas de câmbio múltiplas, além de reduzir as pressões sobre as reservas em moeda estrangeira do Banco Central.
Uma melhoria que contribuiu com a situação do país, segundo o FMI, foi a estratégia de reabilitação do setor financeiro. A ação deve permitir que um sistema bancário mais saudável volte a funcionar normalmente, atraia depósitos e apoie a atividade econômica.