São Paulo – A população de Al Ain, cidade no emirado de Abu Dhabi, deverá quase que triplicar nos próximos 20 anos. A previsão consta do Plano Al Ain 2030, divulgado na semana passada pelo Conselho de Planejamento Urbano do emirado (UPC, na sigla em inglês). As informações são do jornal local The National.
O plano define as diretrizes para o desenvolvimento da cidade, que é a quarta maior dos Emirados Árabe Unidos. De acordo com as previsões, só nos próximos cinco anos a população de Al Ain deverá aumentar de 374 mil habitantes para 476 mil, ou 21%.
Entre as prioridades do plano Al Ain 2030 estão, por um lado, a preservação dos oásis, paisagens naturais e locais históricos da cidade, e por outro a construção de linhas de trem, bondes, novas residências e centros empresariais. "A meta do Plano Al Ain 2030 é atingir um equilíbrio entre preservação e desenvolvimento", disse Falah al Ahbabi, gerente-geral do UPC.
"Ao invés de concorrer com a indústria pesada, os arranha-céus e os shopping centers das cidades litorâneas dos Emirados, Al Ain vai se concentrar em atrair turistas locais e internacionais por meio de sua herança cultural e da qualidade de vida que a cidade oferece", afirmou.
O plano, que descreve Al Ain como a "alma" do emirado de Abu Dhabi, enfatiza que o crescimento será "medido, e não descontrolado", mantendo as tradições, o verde, o espaço e as características arquitetônicas da cidade.
Habitada continuamente nos últimos 5 mil anos devido às suas fontes naturais, a região serve como destino de veraneio para os habitantes de Abu Dhabi.
Al Ain é conhecida como a "cidade jardim" dos Emirados devido a seus oásis, parques e terra propícia à agricultura, e o UPC quer manter essas características e preservar a qualidade de vida dos habitantes. A cidade será expandida em eixos a partir do centro e cercada por um cinturão de preservação. As fazendas existentes na cidade também serão protegidas.
Serão construídas ruas com calçadas amplas e arborizadas, permitindo aos pedestres caminhar tranqüilamente pela cidade. Sistemas de bondes, ônibus e trens serão implementados para reduzir os congestionamentos no trânsito.
Novas unidades residenciais serão construídas no estilo tradicional, o "fareej", com um grupo de casas ao redor de um pátio central, permitindo que membros de famílias grandes vivam perto uns dos outros. A legislação vigente, que proíbe a construção de edifícios com mais de 20 metros de altura, excetuando-se mesquitas, será mantida.
Para tornar a cidade economicamente sustentável, os setores de indústria, saúde e serviços receberão apoio do UPC. Também haverá incentivos para as indústrias de alta tecnologia e mídia, e novos empregos serão criados no setor de turismo.
De acordo com o plano, mais de 1 milhão de turistas deverão visitar a cidade em 2030. Atualmente, Al Ain recebe 200 mil visitantes ao ano, número que deverá duplicar já em 2013.
O Plano Al Ain 2030 se divide em três fases. A primeira, que já começou, prevê a construção de projetos habitacionais. Nesse mesmo estágio, está prevista a expansão do Zoológico de Al Ain, que deve triplicar de tamanho, e dos resorts turísticos na região montanhosa de Jebel Hafeet.
A segunda fase do plano prevê a introdução de um sistema de bondes e a reformulação de bairros. A fase três prevê a construção de residências em áreas mais antigas da cidade, como Al Khrair e Sanaiya.
*Tradução de Gabriel Pomerancblum

