Mascate – O Porto de Sohar, cidade mais desenvolvida do Sultanato de Omã, fica a 200 quilômetros de distância da capital Mascate e passa a atrair os olhos do mundo. O projeto ambicioso da Zona Franca de Sohar, com instalações de indústrias de alimentos, automobilística, aviação, petroquímica, educação e saúde, foi apresentado para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e empresários brasileiros em viagem ao país neste sábado (18).
O porto terá uma grande ferrovia ligando seis países do Golfo (Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Irã) e um canal logístico para o Norte da África. A antiga cidade pesqueira que virou pólo industrial está atraindo investimentos de empresas internacionais de diversas partes do mundo.
Entre elas está a mineradora brasileira Vale. A companhia atua em Omã desde 2007 e desenvolve o projeto de uma usina de peletização de minério de ferro com investimentos de US$ 1,3 bilhão e capacidade produtiva de 9 milhões de pelotas, que deve começar a funcionar até o final deste ano.
“A Vale chegou ao Oriente Médio pelo Bahrein, depois descobrimos Omã e fomos evoluindo tanto que agora decidimos fazer uma base tecnológica aqui”, disse o gerente da empresa em Omã, Sérgio Leite. A companhia tem um contrato com a Sohar Industrial Port Company, que administra o porto e é controlada pelo governo do país árabe e pela empresa do Porto de Roterdã, na Holanda.
Os empresários brasileiros ficaram impressionados com o que viram em Sohar. “A visita ao porto foi uma surpresa. Conhecer um porto dessa magnitude, tão bem construído, limpo e organizado, e ao mesmo tempo poder sentir o orgulho de encontrar se instalando uma grande empresa brasileira”, afirmou o diretor de relações institucionais da construtora Queiroz Galvão, Luiz Ronaldo Cherulli.
Apesar da Queiroz Galvão não ter nenhum negócio em Omã, hoje se avalia que o país tem grandes oportunidades. Por isso, diretores da empresa vão conhecer o país e discutir oportunidades reais conhecendo mais detalhadamente os projetos, afirmou Cherulli.
A diretora adjunta de Relações Institucionais da Andrade Gutierrez, Marina Barki, também ficou empolgada com a visita ao porto. “É um porto cujas dimensões não existem no Brasil, principalmente em calado. A posição estratégica também é real de fato. A questão da zona franca é bastante interessante, mas esta é apenas uma visita preliminar e os detalhes ainda precisam ser avaliados. Durante o encontro não se falou da futura construção do aeroporto de Sohar, mas isso pode representar uma oportunidade futura para a companhia”, acrescentou.
“As missões capitaneadas pelo Ministro Miguel Jorge com o Itamaraty vêm trazendo força e peso para as organizações brasileiras. A visita a Omã foi a oportunidade de conhecer uma excelente porta de entrada para o mercado árabe, que contempla estabilidade política, econômica e excelente posicionamento geográfico, além dos excelentes incentivos oferecidos pelo Sultanato de Omã”, disse Fábio Correia de Souza, da construtora Galvão, com sede em Brasília.
*A jornalista viajou a convite do MDIC