São Paulo – Os peixes congelados são o setor de maior potencial para exportação brasileira de pescados ao Marrocos. A conclusão é do adido agrícola do Brasil em Rabat, Nilson César Castanheira Guimarães, que enviou à ANBA um estudo no qual aponta as oportunidades para empresas brasileiras que desejam usufruir da abertura do mercado marroquino para os pescados do País. O país árabe do Norte da África reconheceu o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) apresentado pelo Brasil para a exportação do produto em fevereiro deste ano.
O levantamento de Guimarães mostra que em 2019 o Marrocos importou US$ 41,3 milhões em peixes congelados. Dentre eles, o executivo chama atenção para o maior potencial para as exportações brasileiras de bonito-listrado ou bonito de ventre raiado. De 2015 a 2019, o Marrocos aumentou em 215% o valor importado deste produto. No mesmo período, a quantidade comprada do produto teve aumento de 236%.
Neste mercado, os principais concorrentes são a Espanha e a França, nações que têm isenção tarifária para exportar ao Marrocos. Apesar de o Brasil arcar com tarifa, o setor ainda vale a pena na avaliação do adido. “Com as condições atuais de desvalorização do Real, mesmo com a tarifa de 10% aplicada aos produtos brasileiros, é possível que sejamos competitivos no mercado marroquino”, afirmou Guimarães no estudo, lembrando que em 2015 o País chegou a exportar 7 mil toneladas deste produto. Em 2019, esse número caiu para 3.305 toneladas.
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Há, ainda, possibilidades para embarques de outros peixes congelados do Brasil, como o pargo, a corvina, as pescadas e o curimatã. “[São] exemplos de peixes já exportados pelo Brasil e que poderiam ser trabalhados como um produto de nicho no Marrocos”, explicou o adido.
Como um todo, o Marrocos também vem importando mais crustáceos e moluscos. Entre todos os pescados, os crustáceos são os mais demandados pelo país árabe, totalizando US$ 96.283 em 2019, com crescimento de 3,3% frente a 2015. Neste grupo principal, os camarões são os produtos mais procurados.