São Paulo – O aumento global do preço das commodities está intensificando a crise econômica e humanitária do Iêmen, país árabe do Oriente Médio que enfrenta guerra civil. Equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) fez missão virtual junto a autoridades do Iêmen, a partir da Jordânia, entre os dias 31 de maio e esta terça-feira (07), e descreveu o cenário.
O líder da missão, Brett Rayner, disse que a crise econômica e humanitária cresce no país. “A população sofre com sete anos de conflito e os efeitos da guerra na Ucrânia só agravaram a crise”, disse Rayner, em material divulgado pelo fundo. Segundo dados do Programa Mundial de Alimentos, o número de pessoas em insegurança alimentar no Iêmen deve chegar a 19 milhões neste ano, dois terços da população.
No campo financeiro, a recente desvalorização da taxa de câmbio no país levou a inflação a quase 60% ao ano. Além dos preços mais altos dos alimentos, o petróleo está com cotações elevadas. O Iêmen é importador líquido de combustíveis, o que aumentou as pressões sobre a balança de pagamentos e a necessidade de financiamento do país árabe.
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O FMI, no entanto, ressalta que os últimos progressos em direção à paz, com a adoção de trégua contínua, melhoraram as perspectivas de estabilidade econômica. Um pacote de financiamento externo anunciado pelo Conselho de Cooperação do Golfo em abril, além de remessas maiores do exterior e debloqueio de reservas congeladas do Banco Central do Iêmen causaram alguma valorização da moeda local e deram um pouco de alívio aos preços domésticos.
Com a redução dos combates, mas incerteza sobre a evolução do conflito no país, o FMI espera um crescimento econômico modesto no Iêmen, de cerca de 2% em 2022. Rayner afirma que as recentes reformas políticas estão ajudando a reforçar a taxa de câmbio e a estabilidade econômicas. O FMI aconselhou as autoridades a acelerarem as reformas da gestão das finanças públicas para promover a boa governança e uso eficiente dos recursos.
