São Paulo – A queda nos preços do petróleo no mundo, que se aproxima de 50% desde o último ano, deve reduzir as receitas fiscais e de exportações da Arábia Saudita em 2015. É o que afirma relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta quarta-feira (09).
Segundo o documento, o Produto Interno Bruto (PIB) do país árabe, que teve aumento de 3,5% em 2014, deverá ter crescimento de 2,8% em 2015 e de 2,4% em 2016. Segundo o FMI, a queda nos preços do petróleo já “está resultando em receitas de exportação e fiscais substancialmente menores”.
Em 2014, as receitas de exportação da Arábia Saudita somaram US$ 343,3 bilhões, dos quais US$ 285,2 bilhões foram provenientes das vendas de petróleo e produtos refinados. Para 2015, a previsão é que o país obtenha US$ 236,2 bilhões em receitas com vendas externas, sendo que o valor resultante das exportações de petróleo e seus derivados deve ficar em US$ 183,7 bilhões.
De acordo com o relatório, os diretores do FMI destacaram que a queda acentuada nas receitas de petróleo e o contínuo crescimento dos gastos resultariam em um déficit fiscal muito grande este ano e no médio prazo, erodindo as reservas fiscais construídas na última década. O fundo aponta que o governo saudita deverá apresentar um déficit fiscal de 19,5% do PIB este ano.
Contra esse cenário, afirma o documento, os executivos reforçaram a necessidade de um ajuste gradual e crescente ao longo dos anos, baseado em uma combinação de medidas de gastos e receitas.
Estas medidas, aponta o relatório, deveriam incluir reformas abrangentes nos preços da energia, controle firme da folha de pagamento pública, maior eficiência no investimento do setor público e uma expansão das receitas não petrolíferas.
Para o FMI, a redução no preço mundial do petróleo aumentou a importância de a Arábia Saudita realizar reformas estruturais para mudar o foco de seu crescimento do setor público para o setor privado.
O fundo ressalta que as taxas de desemprego entre os sauditas ainda estão altas e a população economicamente ativa vem crescendo rapidamente. Com isso, o governo vem focando em reformas que visam aumentar o emprego entre sua população nativa no setor privado e diversificar a economia de sua forte dependência do petróleo.


