São Paulo – O príncipe saudita Alwaleed Bin Talal é o árabe mais rico do mundo pelo sétimo ano consecutivo, segundo ranking das 50 maiores fortunas do Oriente Médio e Norte da África, divulgado no domingo (19) pela revista eletrônica ArabianBusiness.com. Ele tem um patrimônio calculado em US$ 20,4 bilhões.
De acordo com a publicação, a fortuna do magnata saudita cresceu 13,3% em comparação com o ano passado, apesar da economia internacional ainda sofrer efeitos da crise financeira. Ele é presidente da Kingdom Holding Company (KHC), conglomerado que atua em vários setores.
Bin Talal é sobrinho do rei saudita, Abdullah Bin Abdul Aziz Al Saud, e tem 55 anos. O último negócio de repercussão internacional que ele realizou foi a compra de 1% da General Motors, por US$ 500 milhões, na oferta pública de ações que a companhia fez em novembro. A KHC tem participações em diferentes multinacionais, como o Citigroup e a rede hoteleira Four Seasons, entre outras.
Para medir a fortuna do príncipe, além das ações da holding, a revista computou as participações que ele tem fora da KHC, seus imóveis, outros ativos de valor, como aviões e carros, e seus depósitos em dinheiro.
Somadas as fortunas de todos, os 50 árabes mais ricos têm US$ 245 bilhões, de acordo com a ArabianBusiness.com. O total é 18% maior do que o da lista do ano passado. Os sauditas dominam o ranking, com 32 bilionários, incluindo os cinco primeiros, além de 20 dos 24 novos integrantes do levantamento de 2010.
Os sauditas mais ricos têm juntos US$ 169,68 bilhões e, em comum, a diversificação de seus negócios. De acordo com a revista, a maioria deles atua pelo menos em cinco áreas diferentes. Para a publicação, essa liderança é impulsionada pelas grandes reservas que o país tem de petróleo e de divisas internacionais.
A Arábia não sofreu tanto com a crise justamente por causa de massivos investimentos estatais, e os projetos em execução têm forte participação de empresas locais. Essa tendência deverá continuar ao longo da próxima década, diz a ArabianBusiness.com.
Para efeito de comparação, o Kuwait e os Emirados Árabes Unidos, que estão, respectivamente, no segundo e no terceiro lugar entre os países com mais bilionários na lista, contribuíram com apenas quatro entradas cada.
O levantamento leva em conta não só fortunas pessoais, mas patrimônios familiares. Nesse sentido, quem mais ganhou de um ano para o outro, em termos absolutos, foi a família Olayan, também da Arábia Saudita, que tem ativos estimados em US$ 11,9 bilhões, US$ 5 bilhões a mais do que em 2009.
O levantamento revela também que quem mais perdeu dinheiro com a crise foram os empresários do ramo de construção. No ano passado, de acordo com revista, os empreiteiros bilionários tinham fortunas somadas de US$ 102 bilhões, valor que caiu para US$ 73 bilhões em 2010.
O comércio foi outro ramo que sofreu. O patrimônio somado dos empresários do setor diminuiu de US$ 83 bilhões para US$ 69 bilhões. Na outra mão, o setor bancário ampliou sua participação de US$ 72 bilhões para US$ 85 bilhões.
A lista inclui ainda algumas personalidades conhecidas internacionalmente, como o primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, e o sírio Mansour Ojjeh, presidente do grupo TAG e um dos sócios da Mclaren, equipe de Fórmula 1.

