Brasília – As exportações brasileiras apresentaram relativa resiliência em 2020, durante a pandemia de covid-19, impulsionadas pela evolução das vendas de produtos básicos. Segundo o Banco Central (BC), destacaram-se os bons desempenhos da soja, com aumento na quantidade exportada, notadamente na região Centro-Oeste, e do minério de ferro, no Norte do Brasil, que apresentou melhora de preços.
Já as exportações de manufaturados diminuíram, reflexo da desaceleração econômica mundial causada pela pandemia da covid-19, impactando sobretudo os resultados das regiões Sudeste e Sul. A análise desse cenário foi divulgada nesta quinta-feira (04) pelo Banco Central, no âmbito dos seus boletins regionais.
De acordo com o BC, o saldo da balança comercial em 2020 superou em US$ 2,9 bilhões o resultado de 2019, com diminuição mais intensa nas importações do que nas exportações, diante do enfraquecimento das demandas doméstica e externa impactadas pela pandemia e pela depreciação do câmbio.
O estudo destaca o crescimento das vendas de soja. “O comportamento foi impulsionado pela safra recorde no ano passado e pela forte demanda internacional, o que repercutiu na disponibilidade interna do produto e impactou os preços ao consumidor.” As vendas externas de minério de ferro também tiveram crescimento significativo, repercutindo no aumento dos preços internacionais da commodity, em contraponto à queda no volume exportado. A participação da China como mercado do minério brasileiro passou de 59,6%, em 2019, para 71,8%, em 2020.
Por sua vez, as exportações de óleos brutos de petróleo, majoritariamente enviadas à China, registraram significativa queda em valor, como efeito dos preços internacionais mais baixos, apesar da evolução positiva na quantidade exportada. Outro item de destaque comercial, segundo o BC, o açúcar de cana em bruto (semimanufaturado), apresentou crescimento no valor exportado, com ênfase no aumento da quantidade exportada.