São Paulo – Os compradores árabes que participam das rodadas de negócios na feira de hotelaria Equipotel, em São Paulo, estão entusiasmados com os produtos brasileiros. Ontem (15), mais de 40 empresas nacionais se encontraram com os cinco importadores do Oriente Médio, trazidos pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, para participar do evento que segue até amanhã no Pavilhão do Anhembi.
“Gostei muito dos encontros. Tem empresas interessantes e com bastante potencial”, afirmou a gerente da divisão de fornecimento para hotéis e restaurantes da Med.I.C.A, companhia da Jordânia, Rana Khoury, que gostou dos painéis e espelhos com acabamento em prata e ouro da empresa MZArtes, de Santa Catarina. Segundo o trader da companhia, Raphael Caldas, além de Rana ter gostado dos painéis, achou o preço bom.
A gerente também se interessou pelos chocolates, biscoitos, bolos, torradas e balas das empresas representadas pela trading Pacific. “Ainda não exportamos para Jordânia e acredito que temos uma grande chance”, afirmou o supervisor Fabiano Fusco. Segundo ele, Rana pediu amostras dos doces e salgados e ficou de ver os preços para saber se são competitivos no mercado.
A Pacific, que já exporta para Dubai, acaba de abrir também o mercado do Líbano. “Vamos embarcar daqui duas semanas um contêiner de pão de mel, chocolate e biscoitos para a inserção dos produtos no mercado”, disse Fusco, que fez o contato com a empresa na feira de alimentos Gulfood, realizada em fevereiro, em Dubai.
A tapeçaria brasileira também agradou Rana. De acordo com o analista de Desenvolvimento de Mercado da Associação Brasileira das Indústrias de Móveis de Alta Decoração (Abimad), Bruno Silveira, que acompanhou o encontro de representantes da Companhia das Fibras, de Minas Gerais, a Med.I.C.A já trabalhou com tapeçaria e tem interesse em voltar a importar. “Senti uma certa empolgação durante a conversa e acho bem provável que saia alguma parceria”, disse Silveira.
Outro importador que ficou entusiasmado com o produto brasileiro foi o gerente Hemant Kambli, da empresa dos Emirados Árabes, Dhofar Global, de papel para higiene. O grupo importa da Itália 25 contêineres por mês de papel higiênico, papel toalha, lenço, rolos de papel industrial e hospitalar, babador descartável, entre outros. “É um mercado muito grande que tem potencial para crescer muito”, disse Kambli.
Segundo ele, qualidade, preço e serviço são fundamentais. Uma das empresas que mais despertou interesse no gerente foi a Jofel, de higiene e limpeza institucional. Kambli vai levar diversas amostras e rolos de papel para testar no mercado de Dubai.
O empresário egípcio Tarek Amin, presidente da Taco, fornecedora de porcelanas para hotéis, demonstrou interesse nos copos e taças da empresa Nadir Figueiredo, que já está presente em quase todo o mundo árabe. “Quando voltar quero fazer uma cotação para ver se vale a pena”, disse Amin.
Outro produto brasileiro que entusiasmou os árabes foi o mel da empresa Novo Mel, que produz diversos sabores do produto. O gerente de exportação da empresa, Carlos Rehder, conversou com quase todos os importadores, mesmo com aqueles que não trabalham com o produto. “Eles ficaram bem interessados”, disse.
A simpatia dos brasileiros também chamou atenção. A gerente de projetos da Baal, do Líbano, Hasmig Krikorian, que busca por objetos de decoração, afirmou que ainda não importa do Brasil, mas que a receptividade e a simpatia dos brasileiros despertou ainda mais o interesse em começar a negociar com as empresas do país.